O Museu Nacional está promovendo nesta Capital a Exposição Patrimônios Culturais Imateriais da China. Mais de três mil fotos, objetos, bem como apresentações ao vivo, atraem um grande fluxo de visitantes diariamente.
Nove parceiros se juntaram para concretizar o projeto. Montada pelo Museu Nacional e pelo Instituto Nacional de Arte, a exposição é fruto de trabalho conjunto do Ministério de Cultura, Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma, Ministério de Educação, Comissão Estatal dos Assuntos Étnicos, Ministério de Finanças, Ministério de Construção, Administração do Turismo, Administração dos Assuntos Religiosos, e Administração de Patrimônio Cultural.
Trata-se do primeiro evento nacional do gênero realizado na China. Seu objetivo, segundo o ministro de Cultura, Sun Jiazheng, é "juntar esse rico acervo de nossa cultura, a que se permite um acesso direto do público, e promover a sua proteção".
Dividida em nichos especiais, a montagem narra a importância das tradições orais e intangíveis para a história chinesa.
Na sessão de Jiangsu, província do Leste na China, é bem vistosa uma máquina de tecer transportada de Nanjing. Com 5,6 metros de largura e 4 metros de altura, o objeto possui 60 anos de história e 1.924 componentes. É destinado especialmente ao tecido em brocado chamado Yunjin, produto que surgiu há 1.500 anos, cuja produção chegou ao seu auge durante a dinastia Qing (1644-1911). O funcionamento da máquina exige a colaboração de dois técnicos hábeis, que conseguem produzir diariamente apenas cinco ou seis centímetros de brocado. Em virtude da sua complexidade técnica e ao seu desenho maravilhoso, Yunjin foi indicado como uma das principais matérias têxteis da casa real durante as últimas três dinastias feudais chinesas.
Entre os antigos instrumentos musicais expostos, se destaca o Guqin Fengming, instrumento de ponteio feito na dinastia Song (960-1279). A famosa composição chinesa executada a seu cargo Correnteza foi selecionada para completar o disco que levou a sonda Voyager lançada em 1977, para explorar o universo e transmitir as mensagens da paz do ser humano.
Além de fotos e artigos expostos, são utilizados meios audiovisuais e apresentações ao vivo para que a montagem se torne mais vívida. A gravação original Fonte Erquan reflete a Lua, composição executada a cargo de instrumento tradicional chinês Erhu, criada e interpretada pelo famoso músico Hua Yanjun, roubou a cena. O músico, mais conhecido como A Bing, nasceu em 1893 e aprendeu tocar Erhu com o seu pai, hábil em executar instrumentos musicais chineses. Após o falecimento dos pais e a perda da vista, A Bing passou a viver de apresentar suas músicas na rua. Criou durante a sua vida um grande número de obras. No entanto, sobreviveram apenas seis, entre as quais, é a mais conhecida Fonte Erquan reflete a Lua, inspirada pela saudade das paisagens pitorescas da Fonte Erquan em Wuxi, terra natal do músico.
Dez artistas populares estão convidados para fazer apresentação ao vivo, com a qual, os visitantes têm a chance para conhecer o processo detalhado do artesanato tradicional chinês, como figurinha de barro, Tangka (pintura tradicional tibetana), papagaio, papel recordado, bordadura, etc.
A exposição é, de fato, parte integrante de uma série de medidas promovidas pelas autoridades chinesas, que abrange o anúncio da criação do Dia Nacional de Patrimônio Cultural ? o segundo sábado de junho ?, e a divulgação de 501 itens recomendados para se candidatarem à lista de herança cultural intangível do País, com o fim de reforçar sua proteção, sobretudo os orais e intangíveis, já que muitos deles estão enfrentando o perigo de extinção.
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