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(GMT+08:00) 2006-02-22 14:59:27    
Sangchu, um Mosu em busca do sucesso

cri

Os Mosu, uma das 55 minorias étnicas chinesas, se destaca por sua base familiar matriarcal. Os laços de namoro unem homens e mulheres.

Sangchu é um mosu que vive na margem do Lago Lugu, berço de sua etnia. Jovem, bonito e de uma famosa família local, Sangchu apaixonou muitas mosus e, até mesmo, algumas turistas. Desde então, é chamado de "Príncipe Mosu". Há três meses, contudo, aos 30 anos, Sangchu veio sozinho para Beijing, Capital do País. Muitas pessoas querem saber por que o príncipe mosu deixou sua terra natal e veio para esta metrópole.

"Desejava me tornar um astro do cinema, mas não consegui. Depois, passei a tocar e cantar em bares".

Apesar do pouco tempo de estadia, Sangchu já domina o mandarim, um dos pré-requisitos para ser um cantor ou ator. Ele se apresenta todas as noites com mais de dez cantores e bailarinos Mosus no Madami, um bar aclimatado com temas dessa minoria étnica na região nordeste desta Capital.

Segundo ele, a maioria dos Mosu não quer deixar sua terra natal.

"A etnia Mosu preserva até hoje o matriarcado. Nossas famílias são compostas por 7 ou 8 membros. Por vezes, chegam a vinte ou trinta membros. Todos os assuntos são tratados conjuntamente, por isso, não sofrem pressões individuais e vivem em paz e concórdia. Quando sentamos ao lado de um forno, podemos sentir aquele ar familiar e harmonioso. Imagine, toda a família ao lado de um forno, conversando, brincando e tomando uma aguardente. Que felicidade..."

Segundo Sangchu, os homens e as mulheres não se casam e os filhos são criados somente pelas mães. Os homens mosus não possuem a responsabilidade de sustentar a família e, por isso, não desejam abandonar o seu habitat. Mas também por causa desse sistema social, muitos talentos mosus tornaram-se preguiçosos.

Antes de vir para Beijing, Sangchu levava uma vida modesta na margem do Lago Lugu. Ele montou um grupo de bailarinos para apresentar danças folclóricas. Além disso, construiu, conforme as tradições mosus, algumas casas de madeiras para hospedar os turistas. Ele também despertou a atenção de alguns diretores cinematográficos e fez algumas pontinhas em filmes e telenovelas. Sua autoconfiança e ansiedade cresceram e o trouxeram para Beijing, a fim de buscar novas oportunidades.

Logo ele percebeu, no entanto, o grau de competitividade oferecida pela metrópole. Sobreviver de canto e música não é nada fácil nesta cidade.

Obviamente, Sangchu está levando uma vida agitada nesta cidade, mas fez novas amizades. Aimang, um músico da etnia Wa, o inspira. O novo amigo interpreta e difundi canções folclóricas na moderna capital. Aimang falou sobre o amigo Mosu:

"Sendo sincero, ele ainda não percebe o essencial da cultura dos Mosus, inclusive a filosofia do matriarcado. Disse-lhe que se quiser conseguir alguma nesta área deve dominar as canções originais. E não só. Deve ainda pensar muito sobre os conceitos culturais mosus".

Os dias difíceis também mudaram Sangchu. No inicio, ele estava decidido a não regressar para a sua terra natal enquanto não conseguisse o almejado sucesso em Beijing. Mas agora, já está preparando as malas.

"Não trouxe cantos originais. Agora percebo que ainda preciso de algo mais. Depois de voltar para o Lago Lugu, vou coletar os ritmos mais folclóricos e recriá-los, combinando-os com os elementos modernos. Depois, pretendo regressar à Beijing e apresentá-los ao mundo."

Além disso, Sangchu anunciou que vai criar um site na Internet sobre os Mosu, uma etnia com pouco mais de 40 mil membros.