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(GMT+08:00) 2006-02-08 11:23:42    
Ayi, a tia providencial ou babá chinesa

cri

Depois de abertura da China, muitos estrangeiros vieram à China, porém, ninguém veio com empregada ou babá de criança. Por isso, surgiu o problema de empregada, ou babá de criança. Veja um artigo escrito por Alga Rodrigues, um estrangeiro que mora em Beijing.

Ser ou não ser mãe em Beijing? Este é o questionamento que perturba a mente das mães ocidentais trabalhadoras que chegam ao gigante asiático, pois se no início chegou com um filho, depois possivelmente tenha que lidar com dois, a criança e sua mais fiel protetora, a "Ayi" (titia em chinês)

As novas responsabilidades no trabalho, a barreira imposta pelo idioma chinês, assim como o enfrentamento com uma comunidade de costumes e tradições muito diferentes das de qualquer povo do ocidente, são problemas que afligem os pensamentos da "assustada" mãe recém chegada à China.

Como se não bastasse, em seus ouvidos começará a soar a palavra mágica que solucionará ou aprofundará, no melhor sentido da palavra, o enigma de como conduzir seu pelos mistérios desta civilização.

A "ayi", ou simplesmente tia, como a conhecemos em nossa língua, é uma personalidade cujo domínio não tem fronteiras quando se fala de crianças. Toda a paciência asiática resume-se em seu ser, qualidade que põe ao serviço de seu pequeno imperador.

A tia chinesa é toda ouvidos e olhos desde o momento em que chega ao seu lugar. Esta senhora, em geral de meia-idade, que fala somente o chinês, observa detalhadamente os movimentos da criança para decifrar o mistério que tem diante de seus olhos e satisfazer a plenitude dos desígnios de seu novo protegido.

E a partir deste momento começa o grande dilema. A princípio, os pais ocidentais são vorazer para buscar a materialização desta união sui generis. Mas com o decorrer do tempo, apercebem-se que têm que pôr ordem na casa ou do contrário pode tornar-se tarde para que imponham respeito.

O único defeito, na falta de um termo melhor, que têm nossas "ayis" é que em seu vocabulário não existe a palavra "NÃO" e entre suas muitas virtudes destacam-se conhecer as conversas, jogos, joguetes, filmes e até os amigos favoritos de seu pequeno imperador em tempo recorde.

Com seu falar ininterrupto, a criança aprende o idioma local e assimila os costumes dos cidadãos chineses. De fato, os ensinamentos da "ayi" alcançam os pais, que chegam a manejar um reduzido vocabulário que lhes permite comunicarem-se quando os tradutores de seu próprio sangue tentam distorcer as ordens que querem dar à tia.

Outro fator importante é que ninguém conhece como ela o clima tão irregular desta urbe de 12 milhões de habitantes. Não há niguém melhor que a "ayi" para escolher a roupa que vestirá o pequeno, mantê-lo bem hidratado, determinar o momento em que pode sair aos parques, etc.

Às vezes alguém pode se perguntar se tanta devoção aos pequenos, sem distinção de raça ou credo, é conseqüência da política severa de crescimento demográfico aplicada pelo governo chinês ou se é um dom inerente deste povo, levando em contas que seu cuidado exige compreensão, amor, sacrifício e, acima de tudo, paciência, muita paciência.

A realidade demonstra que ao final da jornada, os anjinhos do ocidente correspondem a tanta bondade com um amor incondicional, puro e fervilhante, muito próprio deles, que não conhecem a mentira.

Se o grande Shakespeare fosse vivo, encontraria na tia do gigante asiático tela suficiente para cortar uma de suas grandes obras na cena e provavelmente poderá o sentido de mãe em Beijing.

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