Segundo a imprensa de Macau, a TAP vai iniciar negociações salariais na VEM, adquirida à Varig pela Aero-LB, empresa em que participa a Geocapital de Stanley Ho.
A TAP quer integrar a VEM - Varig Engenharia e Manutenção até final de Julho. Até lá, tem de enfrentar vários problemas, como o pagamento de salários e a recuperação das dívidas da Varig à VEM.
A TAP controla 90 por cento do capital da VEM, através da Aero-LB, empresa brasileira formada pela fundo de investimento brasileiro Straus e pela portuguesa Reaching Force, a qual tem por accionistas, em partes iguais, a TAP e a Geocapital de Stanley Ho. Os restantes 10 por cento do capital da VEM, vendida para a Aero-LB por 24 milhões de dólares, permaneceram no grupo Varig.
Jorge Sobral, presidente do conselho de administração da VEM, já designado pela TAP, disse que estão previstas reuniões com os sindicatos para resolver os problemas identificados.
Os trabalhadores têm recebido os salários em parcelas e fora dos prazos, estando em causa reajustes desde 2004. Evandro Oliveira, director da VEM, garante que os atrasos começaram a ser regularizados em Janeiro". A partir de Fevereiro terá de ser a VEM a fazer os pagamentos. Um problema para a nova administração, já que o principal cliente não cumpre os pagamentos e as dívidas da Varig ascendem a mais de 40 milhões de dólares. Alexandre Fleischhaver, director-geral da VEM no Rio de Janeiro, disse ao DN "que a Varig vai ter de perceber que não deve ser privilegiada face a outros clientes que pagam a tempo".
Estancar as situações mais urgentes é um imperativo. A TAP enviou para o Brasil uma equipa de quatro técnicos nas áreas comercial, de finanças, logística e produção. Daniel Fernandes, responsável de finanças, disse ao DN que "os procedimentos da VEM não são muito diferentes dos da TAP". O grande problema "está no facto de a Varig ser o maior cliente ". A companhia é responsável por 80% da facturação da empresa de manutenção, mas também pelas suas dificuldades. Ou seja, "existe uma degradação geral da tesouraria, quando o principal cliente não paga". Os restantes 20% "estão contabilizados". Jorge Sobral, que ocupa também a administração da TAP Manutenção e Engenharia, considera que a complementaridade das empresas é uma vantagem.
A TAP Manutenção & Engenharia, unidade para a área de manutenção da TAP, está vocacionada para a tecnologia Airbus, enquanto a VEM actua mais na Boeing. Face às perspectivas da Airbus para o mercado da América do Sul, a VEM ambiciona obter a certificação em algumas famílias da Airbus, entre as quais a 310 e 320, para alavancar a penetração no mercado. Este objectivo vem ao encontro das intenções da TAP de transformar a VEM num centro de manutenção da Airbus na América do Sul. A partir da rede de contactos comerciais da manutenção da TAP, pretende-se a entrada em novos mercados.
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