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(GMT+08:00) 2006-02-07 17:44:55    
Macau "será sempre a base logística"da selecção portuguesa no Oriente

cri
Segundo a imprensa de Macau informou, ao referir que "Macau será sempre a base logística" da selecção portuguesa de futebol nas digressões ao Extremo Oriente", o técnico nacional dos sub-20, professor Rui Caçador, garantiu que nos Jogos da ACOLOP a turma das Quinas vem ao território para "lutar pelo ouro".

-O professor Rui Caçador esteve no território em 2002, por ocasião do estágio de preparação efectuado pela selecção nacional A, que umas semanas depois disputou o mundial co-organizado pela Coreia do Sul e Japão. Na qualidade de treinador-adjunto, função que desempenhava na altura, concorda com as críticas que associaram a fraca prestação da selecção ao estágio efectuado em Macau?

- Sobre o estágio que efectuámos em 2002, tivemos, tanto a nível logístico como de apoio, condições excepcionais que outros países dificilmente nos poderiam ter dispensado. Não foi pela programação do estágio em Macau, nem por questões logísticas, que Portugal falhou na Coreia do Sul. O apoio que nos foi dado pelas estruturas político/desportivas de Macau, centralizada na pessoa de Manuel Silvério, foram excepcionais. Infelizmente, Portugal desvalorizou os adversários em demasia e pagou por isso. A nível pessoal, eu que estava nos "AA" desde 1996, assumi as minhas responsabilidades e demiti-me do cargo que ocupava. Basta ver o que se passou posteriormente, quando Portugal, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, encontrou novamente o caminho do sucesso. Isto prova que a nossa participação na Coreia do Sul foi somente, e apenas, um acidente de percurso. Macau será sempre a nossa base logística em qualquer digressão ao Extremo Oriente. E digo-o com conhecimento de causa, porque estou na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) desde 1989.

-Em Agosto próximo vai realizar-se em Macau a primeira edição dos Jogos da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP). Como perspectiva a participação portuguesa no torneio de futebol?

- Independentemente da data, distância e dos interesses dos clubes, Portugal apresentar-se-á em Macau devidamente preparado para ganhar o ouro no torneiro de futebol dos Jogos da ACOLOP. Por isso, o nosso objectivo passa primeiramente, e como não poderia deixar de ser, por estar presente no jogo da final. Foi com essa filosofia que Portugal ganhou, por exemplo, em 2001 e 2003, o Torneio de Toulon, certame onde regularmente participam as melhores equipas do mundo. Saliento que temos ganho os torneios de Toulon, não com aqueles que são potencialmente os melhores jogadores, que já integraram os sub-21, mas com os mais jovens, e que se têm revelado nesta mesma competição. Objectivamente, a ida a Macau funcionará para manter, a nível internacional, uma das regras que consideramos fundamentais, que é o de jogar contra equipas de grande nível - casos do Brasil e Angola -, a que se alia a vertente da união a outras selecções que precisam de apoios, tanto técnico como de organização futebolística - casos de Macau, Timor-Leste e Cabo Verde -, e que no futuro lhes permitam competir a um bom nível.

-Que conjunto irá Portugal apresentar na RAEM?

-Em função da decisão da organização dos Jogos da ACOLOP, ou iremos participar com a Selecção Nacional de Sub-20, - jogadores nascidos a partir de Janeiro de 1987 - que, conjuntamente com o Brasil e Angola, poderão estar apuradas para o Mundial da categoria, ou, se a organização se decidir pela geração que faz parte do Projecto Olímpico Pequim 2008, levaremos todos os atletas que não façam parte da equipa principal de Sub-21, - jogadores nascidos a partir de Janeiro de 1985. Isto porque, na data prevista, Portugal deverá estar a lutar pela qualificação para a fase final do Europeu da categoria, - a disputar em 2007 na Holanda - que servirá também de apuramento para os Jogos Olímpicos de Pequim.

-Como define a selecção portuguesa de sub-20?

-É uma equipa que já está relativamente bem estruturada e que na época passada jogou, e ganhou, por duas vezes à Turquia, formação vice-campeã da Europa de Sub-19. No ano passado venceu o Torneio da Madeira, derrotando a Rússia, Dinamarca e a selecção anfitriã, tendo perdido em terras gaulesas, contra a França, na final do Torneio de Toulon. Disputou também o Torneio de Viseu e agora vamos jogar, de 14 a 17 do corrente mês, o Torneio da Madeira, a que se segue, de 14 a 24 de Maio, o de Toulon. Este ano, estão nos promovidos à selecção dos Sub-21 jogadores como João Moutinho (Sporting), Manuel Fernandes (Benfica), Pedro Araújo (Penafiel), Ruben Amorim (Belenenses), Ivanildo (Porto), Semedo (Feirense) e Varela (Vit. Setúbal), entre outros. Por fim, temos o Campeonato da Europa de Sub-21, na qual, a turma das Quinas integrará mais alguns jogadores dos Sub-20, tais como o Targino (Vit. Guimarães), Ricardo Vaz Tê (Bolton) e José Gonçalves (Hearts), entre outros.

-Do leque de seleccionáveis que tem à disposição, quais os jogadores a que augura um melhor futuro desportivo?

-É muito subjectivo citar coisas que às vezes parecem evidentes. Para nós, o mais importante não é o que se passa na formação, mas sim, o que acontece a partir dos 21 anos. Meninos malcriados, que pensam mais na sua vida pessoal do que na profissional, têm os dias contados. O futuro é para todos os jogadores que tenham talento, que trabalhem e que joguem nos limites, nos clubes que os contratam e que lhes pagam principescamente. Sou um treinador muito exigente, que tem tido o privilégio de trabalhar com as novas estrelas do futebol português, casos, por exemplo, de Cristiano Ronaldo e Quaresma. O que se passar no próximo Europeu de Sub-21 (em Portugal), na qualificação olímpica e, simultaneamente, apuramento para o Europeu de Sub-20, e, ainda, nos Jogos da ACOLOP (em Macau), darão a certeza se estaremos, ou não, na presença de uma nova geração de ouro do futebol português. Vamos, por isso, dar tempo ao tempo e sermos, acima de tudo, muito exigentes.

-Estará em aberto, caso as instâncias que regulam a modalidade na RAEM assim o desejem, a hipótese da FPF indicar um treinador português para orientar a selecção de Macau?

-Espero que, com a realização dos Jogos da ACOLOP, as relações entre Portugal e Macau se institucionalizem ao nível do futebol. Nesse sentido, caso assim o desejem, a Associação de Macau de Futebol poderá sempre contar com o nosso apoio técnico. A nível pessoal, e porque integro em definitivo os quadros da FPF, estarei sempre disponível para um dos pontos de honra da minha carreira, que é o sector da cooperação com os países e/ou territórios de língua oficial portuguesa.

-Quais os momentos que mais o marcaram, pela positiva e negativa, ao longo da sua carreira como treinador?

-O ponto mais alto será certamente quando fui adjunto, tal como Nelo Vingada, de Carlos Queiroz na vitória do Mundial de Sub-20, disputado em 1991 na Arábia Saudita. Poderia também ter sido o terceiro lugar no Campeonato da Europa de selecções "AA", em 2000, caso os nosso jogadores tivessem assumido um comportamento diferente do que tiveram depois da derrota com a França, no desafio da meia-final. O momento negativo, e que condicionou seriamente a minha carreira, obviamente que foi o Mundial de 2002 na Coreia do Sul.

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