A gravura na China, divide-se em duas espécies, a que chamamos gravuras tradicionais e gravura de criação. A primeira é o processo xilográfico tradicional, que compreende os três processos habituais, do desenho ou pintura, gravação e tiragem de provas e em que cada processo é executado por artistas diferentes. A gravura de criação a que se chama também gravura moderna indica que todos os processos são executados por mão da mesma pessoa.
Segundo os materiais adotados e processo de tiragem de provas, a gravura divide-se em litografia, água-forte, água-tinta, xilografia, lonóleogravura, serigrafia e ponta-seca. A mais desenvolvida e popular na China é a xilogravura.
A xilogravura tradicional tem uma longa história e tradição profundamente enraizada e tem uma ligação estreita com a técnica clássica avançada de impressão. As mais antigas xilogravuras do mundo que se conhecem são as ilustrações do clássico budista, Sutra Jingang, feitas no nono ano do reinado de Xian Tong (868) durante a dinastia Tang. Após a invenção da técnica de impressão com tipos móveis, no início do século XI (1041 a 1048) a xilogravura era amplamente adotada nas ilustrações dos livros editados em grandes tiragens. Na dinastia Ming nos meados do século XIV, o desenvolvimento da xilogravura atingiu o seu auge. Da monocromia passou-se à policromia, técnica ainda hoje utilizada e de que a loja Rongbaozhai em Beijing é uma das grandes representantes. A sua técnica desenvolve-se com base na técnica tradicional de xilografia herdada da dinastia Ming. Após os meados do século XVII, a xilogravura popularizou-se e apareceram muitas oficinas em quase todos os lugares do país, as mais conhecidas sendo as da vila de Yangliuqing, nos arredores de Tianjin, e Taohuawu, perto de Suzhou no sul da China. Estas gravuras são trabalhos de gosto popular, em que temas como a felicidade e a alegria são motivo principal. Ao chegar a Festa da Primavera, Ano Novo do calendário lunar, quase todas as famílias as compram para enfeitar a casa e por isso mesmo se chama também "Pinturas de Ano Novo".
A xilogravura de criação ou moderna nasceu na década de trinta deste século e foi introduzida no país por influencia artística do que na Europa se fazia neste domínio. Como naquela altura, a China se encontrava sob o domínio do imperialismo japonês, a xilogravura foi uma arma. Lu Xun, homem de letras de renome, grande apreciador de gravura soviética e das obras de Kate Kolewitz julgou que a arte da gravura podia ser uma forma de estimular a consciência política do povo. Começou assim a divulgar a gravura, estimulando e apoiando os jovens artistas a aprender e criar, denunciando a situação social da China e revelando as esperanças do povo. A iniciativa de Lu Xun causou grande eco entre os jovens artistas progressistas e provocou rapidamente um surto criador.
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