Segundo a Lusa informou dia 30 de Janeiro, o presidente moçambicano, Armando Guebuza, considerou "muito bem-vindo" o crescente interesse da China por África, afirmando que contrasta com "a marginalização" a que os tradicionais parceiros do continente têm votado as suas antigas colónias.
Numa intervenção sobre a cooperação África-China, num dos painéis do Fórum Econômico de Davos, Suíça, que terminou domingo, Armando Guebuza defendeu que a relação bilateral "tem resultado em dividendos para ambas as partes".
"Nós estamos muito satisfeitos com o apoio que a China nos tem dado, pelo menos no que diz respeito a Moçambique", sublinhou Guebuza, que referiu a ajuda que a China presta a projetos de luta contra a pobreza absoluta, que afeta mais de metade dos 19 milhões de moçambicanos.
O presidente moçambicano rejeitou acusações de que o gigante asiático apenas está interessado em tirar partido dos recursos naturais do continente africano, afirmando que a cooperação bilateral "tem sido mutuamente benéfica".
Guebuza assinalou que "a China traduz em acções concretas aquilo que promete", acusando, como contraponto, os tradicionais aliados do continente, "que não honram os seus compromissos para com África".
O maior interesse que Pequim dedica a África traduziu-se na recente divulgação da nova estratégia chinesa para o continente, complementado com um pacote de ajuda avaliado em mais de oito mil milhões de euros.
Números recentemente divulgados pelo Centro de Promoção de Investimentos (CPI) de Maputo indicam que o investimento directo chinês já ocupa a sexta posição na lista de parceiros de Moçambique, tendo passado de 243 mil euros, em 2004, para 4.6 milhões de euros, em 2005.
No mesmo ano, as trocas comerciais entre os dois países conheceram o seu maior nível, totalizando 125 milhões de euros.
A cooperação entre os dois países estendeu-se recentemente aos edifícios do Parlamento, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Centro de Conferências Joaquim Chissano, que a China construiu e ofereceu a Maputo.
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