Quando os líderes empresariais e políticos do mundo se reuniram no centro turístico dos Alpes suíços para discutir sobre os desafios globais, descobriram que a China se havia convertido em parte de suas discussões em todos os temas globais, como por exemplo energia, ambiente e saúde.

As perspectivas mundiais sobre o desenvolvimento da China estiveram muito longe de ser convergentes. Algumas pessoas o viram como un desafio e até como uma ameaça, outros o consideraram como uma oportunidade.

Os executivos de negócios se mostraram geralmente mais entusiasmados pelo desenvolvimento da China, já que o país mais populoso do mundo está transformando-se em um enorme mercado para seus produtos.

Segun uma pesquisa global de chefes executivos realizada pela Pricewaterhouse Coopers divulgada no Fórum, quase 80% dos 1.410 chefes executivos entrevistados vêm a China como a oportunidade de mercado mais importante do mundo.

Os participantes dos Estados Unidos poderiam inclinar-se por ver o desenvolvimento da China como uma ameaça. Sua reação foi frequentemente de medo, preocupação ou desgosto, observou Laura Tyson, diretora da Escola de Comércio de Londres.

Para o professor Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum, o levantamento da China é uma ameaça e uma oportunidade.

"Poderia ser uma situação de pura ganância. Mas temos que trabalhar muito cuidadosamente para transformá-la realmente em uma situação de pura ganância. Para obtê-la, temos que criar um entendimento mútuo muito melhor", disse à Agência de Notícias Xinhua no dia da inauguração do Fórum.

Destacou que desde 1979, quando o Fórum convidou a primeira delegação chinesa a Davos, a China se tem transformado a si mesma em uma potência econômica.

Schwab crê que a China está entrando em uma nova fase de modernização e deve promover o desenvolvimento científico e tecnológico ao tempo que protege o meio ambiente e melhora sua estrutura social.

Sim embargo, os próprios chineses foram mais realistas ao destacar tanto os êxitos como os desafios.

O vice-primeiro-ministro chinês Zeng Peiyan disse que seu país tem crescido a 9,6% anualmente durante os passados 27 anos e uma economia de mercado já tem se arraigado no país.

Mas admitiu que os desafios abundam, incluindo um baixo Produto Interno Bruto (PIB) per cápita e desigualdades de ingressos entre os ricos urbanos e os pobres rurais.

Cheng Siwei, um destacado legislador e economista, definiu como os principais desafios para o desenvolvimento da China a melhoria do nível de vida dos 1,3 bilhão de habitantes do país, vencendo as restrições de recursos e ecologia, remediando um desenvolvimento desigual entre as regiões e entre as áreas urbanas e rurais, e eliminando a pobreza.

A China poderia fixar uma meta de crescimento moderado de 8% nos próximos cinco anos, para permitir mais investimentos e promover o progresso social, disse Cheng.

O modelo de crescimento da China, que se baseia principalmente em investimentos de ativos fixos e exportações, poderia não ser sustentável, observou Stephen Roach, chefe economista da firma Morgan Stanley.

A reunião anual também analisou as perspectivas do setor bancário da China, sua pobreza rural, proteção ambiental e crescentes demandas de energia.

O desenvolvimento do vizinho da China, a Índia, também atraiu a atenção dos participantes da reunião. Os dois países têm 40% da população do mundo. Os indianos, como os chineses, lançaram uma agressiva campanha no Fórum para impulsionar sua imagem com uma impressionante delegação de 150 pessoas.

A reunião anual atraiu uns 2.340 membros da elite empresarial e política de 89 países e regiões.

Outros temas que interessaram aos participantes foram a situação no Médio Oriente, especialmente a vitória eletoral do Hamas na Palestina, o assunto nuclear do Irã, a energia e o ambiente.