Desenvolvimento equilibrado
Apesar das melhoras que, em linhas gerais, têm experimentado os camponeses nas últimas décadas, o enorme abismo existente entre a renda dos habitantes rurais e os urbanos nos últimos anos constitui um grave desafio para o desenvolvimento econômico e social da China e uma das causas básicas da falta de harmonia social.
As estatísticas mostram que a renda anual disponível dos habitantes urbanos em 2004 foi 3,11 vezes superior à dos rurais. A renda anual média dos habitantes urbanos superou os 1000 dólares, em contraste aos 355 dólares dos camponeses.
Ademais, na China há 90 milhões de habitantes, cerca de 10% da população rural, cuja renda per capita é de 105 dólares ou menos, a linha de pobreza estabelecida pelo governo chinês.
O poder aquisitivo escasso dos camponeses converteu-se em uma trava para a ecônomia do país, que ainda não se libertou da deflação permanente.
"O desenvolvimento coordenado e equilibrado das zonas urbanas e rurais é de vital importância para alcançar a meta do país de construir uma sociedade econômica e socialmentemoedenada", indicou o professor Gong Weibin, especialista em agricultura da Escola Nacional de Administração da China.
O governo central tem respondido a essa questão dando prioridade às melhoras educacionais entre a população camponesa, já que considera que a falta de escolaridade e formação é uma das pricipais causas da sua pobreza.
Até há alguns anos atrás, o governo tentava combater a pobreza das zonas menos favorecidas do país mediante auxílios econômicos. Não obstante, a prática tem demonstrado que somente esta ação isolada não é completamente eficiente, explicou Gong Weibin. "Os camponeses poderão encontrar a melhor forma para seguir adiante se receberem a preparação para ganharem a vida por si mesmos", assinalou.
Segundo afirmou o vice-primeiro ministro chinês, Hui Liangyu, a China concederá auxílio tecnológico e de pessoal para o desenvolvimento agrícola.
Por outro lado, o governo também estimula a população rural a mudar-se para as cidades para acabar com o alto desemprego existente nas zonas rurais.
Enquanto isso, o governo tem-se mostrado decidido em elaborar leis e políticas para que os camponeses possa contar com um sistema de seguridade social, em vez de depender exclusivamente de suas colheitas.
Atualmente 52 milhões de camponeses chineses beneficiam-se de um sistema de pensões. Até finais de 2004, mais de 80 milhões de camponeses participaram de um sistema de serviços médicos cooperativos, e 12,57 milhões receberam subsídios para garantir sua subsistência.
Segundo a opinião dos especialistas, se o governo quer construir uma sociedade harmoniosa deve incluir seus 900 milhões de camponeses no sistema de seguros sociais, o que constitui uma condição prévia para a estabilidade social e pode ajudar a promover a transformação da China de um país agrícola em um país industrializado.
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