Neste período, o poeta mais famoso foi Tao Yuanming (365-427), de que se conhecem cento e vinte poemas. Descontente com a política do poder, demitiu-se do seu cargo e passou a viver em reclusão, na sua terra natal, onde criou um reino de idílico feito de poesia. Escreveu, mostrando que não se submetia ao poder dissoluto, um verso que ficou famoso: "Não curvar as costas por cinco dou (unidade de peso) de arroz".

A dinastia Tang (618-907) foi uma das épocas de ouro da história da literatura chinesa. Foi um período rico para a poesia, prosa e novela, mas, sobretudo para a primeira. Em trezentos anos, deixou-nos cerca de cinqüenta mil poemas. Na recolha "Poesia Completa dos Tang", compilaram-se mil poemas de 23 mil poetas da época, de que Li Bai, Du Fu e Bai Juyi são os grandes representantes.

Li Bai (701-762), poeta romântico, foi cognominado "Deus Poeta" com os seus poemas românticos. Deixaram-se muitos versos, apreciados ainda hoje e frequentemente citados. "A Grande Via é tão larga como o céu azul, Eu, só, não tenho saída"; "Empunho a espada, corto a água, a água continua correndo"; "Levanto o copo para dissipar a aflição, a aflição aumenta". Du Fu avaliou assim os poemas de Li Bai: "o pincel desce (ao encontro do papel), assustam-se o vento e chuva. O poema completado, choram demônios e espíritos".

Du Fu (712-770), o "Santo Poeta", deixou-nos mais de 1400 poemas, que descrevem as catástrofes causadas pelos dominadores corruptos e o caos político da sua época. Profundamente ideológicos e ricos enquanto peças de arte poética, passaram a chamar-se "história poética".

Bai Juyi (772-846) é talvez o maior poeta realista chinês dentre os clássicos. Os seus poemas alegóricos descrevendo as privações e sofrimentos do povo, tem um valor inestimável, não só literariamente, como sob os poemas seus incluindo as famosas epopéias "Ode da antipatia eterna" e "Viagem acompanhada de pipa". A primeira descreve a tragédia de amor do imperador Li Longji e da sua concubina favorita Yang e a segunda, a vida triste das prostitutas. Bai Juyi foi o poeta Tang que mais poesias nos deixou mas o seu maior contrituto para esta forma de arte foi o impulso dado à poesia realista. A formação da escola da poesia popular, sob a influencia do seu estilo poético, aproximou a arte poética do povo.

A dinastia Song (960-1279) foi o período de ouro do ci, uma forma clássica de poema rimado cuja métrica alterna versos longos e curtos.

Liu Yong (987-1053) foi o primeiro escritor a dedicar-se exaustivamente ao ci. Conhecemos hoje duzentos ci dele, descrevendo-nos a vida quotidiana urbana. Os seus ci revelam um sentimento profundo do poeta, de necessidade de viver junto aos seus concidadãos. Esta nova tendência literária influenciou sobre a posterior literatura popular.

Su Shi (1037-1101), ou Su Dongpo, de seu nome literário, foi outro escritor famoso na história da nossa literatura. Os seus poemas, ci e prosas marcam o valor da literatura da dinastia Song do Norte. As obras Completas de Dongpo, em cem livros, reúnem 2700 poemas, trezentos ci e prosas dispersas. Os seus poemas e ci tratam de quase todos os temas, do amor entre os jovens, à dor da separação e fraqueza espiritual, e que fizeram dele o grande mestre do ci.

A poetisa, Li Qingzhao (1084-1155) deixou-nos apenas cerca de oitenta peças literárias, mas que pelo seu estilo poético, são duma força particular. A sua angústia, sua nostalgia sai vida atribulada fizeram dela uma das grandes figuras femininas da poesia chinesa.

Lu You (1125-1210) foi o poeta patriótico de renome da dinastia Song do Sul. Nos mais de 9300 poemas que nos legou, podemos sentir o seu amor infinito ao país e o seu espírito lutador. A sua poesia ocupa uma alta posição na história literária chinesa.

Xin Qiji (1140-1207), outro poeta patriótico, herdou e desenvolveu o estilo de Su Shi elevando o nível artístico do ci. O poeta combinou os pontos fortes da poesia, prosa e fu (prosa descritiva disseminada com verso) e criou uma nova escola que influenciou muito o conceito do ci posteriormente.