A China e a América Latina conseguiram impulsionar suas relações de cooperação em 2005 a uma nova altura graças aos intensos intercâmbios políticos e as novas iniciativas comerciais que se têm posto em marcha, e enriquecer o conteúdo de sua parceria estratégica.
"A visita do presidente chinês e de outros altos dirigentes chineses à América Latina no mesmo ano constitui um feito sem precedentes e é um claro exemplo da cooperação entre os países em via de desenvolvimento," comentou Jiang Shixue, sub-diretor do Instituto de Estudos Latino-americanos da Academia de Ciências Sociais da China, ao referir-se à viagem de Hu Jintao pela América Latina em Novembro de 2004, sua visita ao México em Setembro deste ano, as viagens do vice-presidente Zeng Qinghong em Janeiro e do presidente da Assembleia Popular Nacional Jia Qinglin em Maio.
"A visita de Hu Jintao ao México enriqueceu o conteúdo da parceria estratégica e promoveu o consenso e cooperação entre a China e o México", declarou o chanceler chinês Li Zhaoxing, quem qualificou de "frutífera" esta visita, que permitiu firmar vários acordos sobre mineração, agricultura, quarentena de plantas e animais, cultura e desenvolvimento social.
Ambos os países também concordaram em realizar em 2006 a segunda sessão da Comissão Mista entre a China e o México para materializar um plano de ação conjunta e decidiram abrir um consulado mexicano em Guangzhou, capital da província sulista chinesa de Guangdong.
A visita de Hu foi precedida pela viagem do vice-presidente Zeng Qinghong em Janeiro, ao México, Peru, Venezuela, Trinidad e Tobago e República Dominicana, através da qual 10 países do Caribe foram declarados novos destinos turísticos dos cidadãos chineses, o que eleva até 15 o número de destinos turísticos autorizados no continente latino-americano.
O presidente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Jia Qinglin, também formou em Maio do ano passado, parte desta nova ação diplomática, ao realizar uma visita ao México, Cuba, Colômbia e Uruguai.
Em Abril e Junho, o presidente colombiano Álvaro Aribe e o peruano Alexandro Toledo visitaram o país asiático com o objeto de abrir novas vias de cooperação e oportunidades de negócio.
"O estreitamento de relações entre a China e as nações latino-americanas não prejudica os interesses de nenhuma terceira parte como ainda contribui para a cooperação entre os países em desenvolvimento e a salvaguarda da paz mundial", destacou Jiang Xueshi.
Desde 1960, ano em que Cuba se converteu no primeiro país latino-americano que estabeleceu vínculos diplomáticos com a China, este país tem estabelecido os laços oficiais com 21 dos 33 países da América Latina.
Além disso, o Brasil, México, Chile, Argentina e Venezuela têm sido classificados como parceiros estratégicos da China, país que também tem reforçado seus vínculos com Cuba e Peru.
"A China considera a América Latina um fator importante no desenvolvimento de um mundo multipolar e necessita importar seus recursos naturais e energéticos, ao tempo que promove o comércio, os investimentos e seus interesses diplomáticos com a região", afirmou Wu Hongying, investigadora do Instituto de Relações Internacional da China.
Graças à boa vontade política, o intercâmbio comercial e econômico bilateral tem sido desenvolvido e a China espera ficar no terceiro posto no intercâmbio comercial com a América Latina.
O Tratado de Livre Comércio firmado em Novembro entre a China e o Chile constitui outro avanço importante após o reconhecimento do estatuto de plena economia de mercado da China por Trinidad e Tobago e Jamaica.
Segundo dados oficiais, o volume comercial entre a China e a América Latina tem passado de US$200 milhões em 1975 a uma cifra-recorde de US$40 bilhões em 2004; os investimentos chineses nesta região superaram US$4 bilhões.
A China fortaleceu ainda em 2005 os contactos multilaterais com a região através do diálogo político com a Comunidade Andina, organização formada pela Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela, e os laços a nível ministerial entre ambas as partes chegaram no mesmo ano a um novo nível com a visita do vice-presidente chinês Zeng Qinghong.
Ao mesmo tempo, a China melhorou suas relações com a Comunidade dos Países do Caribe com a inauguração do primeiro Fórum de Cooperação Econômica e Comercial China-Caribe.
|