A China e a União Européia (UE) têm aprofundado sua parceria estratégica em todos os terrenos em 2005, ano que marcou o 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre as duas partes.
Aumento do diálogo político China-UE
A celebração do 30º aniversário das relações diplomáticas bilaterais tem oferecido muitas oportunidades para que a China e o bloco de 25 membros incrementem seu diálogo político.
A cúpula entre a China e a UE, iniciada em 1998 pelo então primeiro-ministro chinês Zhu Rongji e seu homólogo britânico Tony Blair é o mecanismo de diálogo político regular a nível mais alto entre a China e a UE.
Em setembro, a oitava cúpula entre a China e a UE se realizou em Beijing. O primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, Tony Blair, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, e o presidente da Comissão Européia (CE ), José Manuel Barroso, mantiveram conversações e firmaram uma série de acordos de cooperação, incluindo documentos sobre clima e programas espaciais.
A cúpula tem injectado "ímpetos importantes" no desenvolvimento da parceria estratégica em todos os terrenos entre as duas partes, disse o comissário de Política Exterior da UE, Javier Solana.
Durante a cúpula, a China e a UE também concordaram em estabelecer outro mecanismo de diálogo político regular -- diálogo estratégico a nível vice-ministerial.
O vice-chanceler chinês Zhang Yesui visitou Londres em dezembro para realizar o primeiro diálogo estratégico de tal tipo com o presidente da UE. Além dos diálogos políticos regulares, os dirigentes da China e a UE trocaram frequêntes visitas este ano.
Em dezembro, o primeiro-ministro chinês realizou um giro por quatro países membros da UE -- França, Eslováquia, a República Checa e Portugal -- e firmou vários acordos de cooperação. A China e Portugal anunciaram o estabelecimento da parceria estratégica completa.
Por parte da UE, além de líderes de seus estados membros, oito comissários da CE, entre eles Barroso, visitaram a China este ano. Só o comissário de Comércio Peter Mandelson visitou três vezes a China em 2005.
A China e a UE também celebraram uma série de simpósios e intercâmbios entre círculos acadêmicos das duas partes.
Aumento do Comércio apesar das disputas
Depois do incremento sem precedentes em maio do ano passado, a UE chegou a ser o maior sócio comercial da China, e esta é o segundo maior sócio comercial da UE.
Em 2005, o comércio entre as duas partes mantem seu crescimento. Segundo as estatísticas emitidas pelas autoridades alfandegárias chinesas, o comércio bilateral desde janeiro a Outubro alcançou US$176,2 bilhões, um aumento de 24 por cento em comparação com o total de 2004.
Durante os quatro dias da visita oficial que realizou o primeiro-ministro Wen à França nos princípios de dezembro, a China e a França assinaram um acordo de compra de 150 aviões Airbus 320 de médio alcance por valor de US$10 bilhões, o maior negócio na história de Airbus.
Sem embargo, apesar dos êxitos obtidos por ambas as partes, ainda existem disputas entre a China e a UE por certos problemas comerciais. Este ano, a UE tem lançado diversas investigações anti-dumping contra diversos produtos chineses como sapatos, enquanto a quota sobre produtos têxteis da China continua sendo um dos principais problemas em seus vínculos comerciais.
Em vista do bom ambiente das relações entre a China e a UE, as duas partes têm resolvido adequadamente suas disputas comerciais sobre produtos têxteis.
A UE estabelecerá um período transitório para cancelar quotas, enquanto a China concorda em tratar de forma conveniente seus produtos almazenados nos portos da UE.
Precisamente como indicou Bo Xilai, o número das áreas disputadas no comércio entre a China e a UE é "muito pequeno", e não prejudica a expansão normal da cooperação econômica entre a China e a UE.
Além disso, a China e a UE têm obtido mais avanço na cooperação científica e intercâmbios culturais.
O mais destacado na cooperação sino-européia de tecnologia sofisticada é a ativa participação da China no sistema de navegação do satélite Galileo, um importante projeto europeu.
Em julho, as duas partes rubricaram três contratos, convertendo a China no primeiro país fora da Europa em ingressar no Projeto de Galileo.
Esperam-se conversações sobre nova parceria
Voltando-se para o futuro, a China e a UE enfrentam um eminente trabalho de iniciar conversações sobre um acordo marco de nova parceria.
Em maio, a comissária de relações exteriores da CE, Benita Ferrero-Waldner, indicou que a UE espera iniciar as conversações dentro deste ano. Segundo fontes bem informadas, ambas as partes estão fazendo preparativos para iniciar as conversações.
A UE tem convidado pelo menos dois institutos em Bruxelas para realizar estudos sobre a China e as relações da UE-China, com o fim de solicitar conselhos sobre as conversações.
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