Pierre François Pirlot, coordenador residente do sistema das Nações Unidas em Angola
Segundo a Agência Noticiosa de Angola informou recentemente, o coordenador residente do sistema das Nações Unidas em Angola, Pierre-François Pirlot, disse dias atrás, em Luanda, que as acções de combate ao HIV/SIDA não devem ser restringidas apenas às capitais dos países, pois a doença afecta na sua maioria as populações mais vulneráveis.
Para o coordenador, que falava durante o primeiro congresso sobre as Doenças de Transmissão Sexual e HIV/SIDA, iniciado hoje, no Palácio dos Congressos, a luta contra a epidemia não pode ser ganha somente nas capitais, sendo necessário desenvolver-se planos nacionais que abranjam as zonas mais recônditas onde não há qualquer conhecimento sobre o vírus.
"A pandemia do HIV/SIDA propaga a pobreza e tem maior impacto sobre as pessoas mais vulneráveis", disse, acrescentando que o facto deve-se às restrições sócio-económicas que esta camada sofre em relação a educação e medicamentos essenciais.
Segundo Pierre-François Pirlot, o alto índice de contaminação das mulheres pelo HIV e ITS em muitas regiões do mundo só pode ser alterado através de profundas mudanças sociais, religiosas e económicas.
Além das questões sócio-económicas, o coordenador apontou à falta de incentivos para os trabalhadores da saúde com um nível educacional aceitável como um dos factores que dificulta a expansão da rede sanitária e um atendimento de qualidade em relação ao HIV.
Apesar de Angola ter ainda uma janela aberta ( menos de 5 por cento de infecções) para evitar altos níveis de prevalência, a semelhança de outros países da região austral, o risco de propagação é eminente devido a maior circulação de pessoas, argumentou.
" Angola tem a seu cargo uma responsabilidade específica que representa uma esperança para os outros países da região, pois com uma liderança forte e uma resposta multidimensional e coordenada pode controlar a pandemia e atingir níveis de infecção mais próximos de zero", disse.
O primeiro congresso sobre ITS e VIH/SIDA promovido pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA) e o Ministério da Saúde decorre sob o lema "Unidos por uma vida saudável".
O fórum tem como objectivos analisar a actual situação de cada um dos países membros da CPLP com base nos progressos alcançados, as dificuldades encontradas na implementação dos planos estratégicos de acção de médio e longo prazo, bem como reforçar a cooperação.
Durante quatro dias vão ser apresentados temas como "A situação epidemiológica actual das ITS/VIH/SIDA nos países da CPLP", "Estratégias de prevenção e controlo das ITS/VIH/SIDA", "Papel das universidades nos projectos de pesquisa", "Financiamento aos programas de luta contra as ITS/VIH/SIDA", entre outros.
A realização deste congresso na capital angolana insere-se na luta assumida pelo Governo de Angola contra as ITS/VIH/SIDA, como um compromisso sério e de âmbito nacional.
Integram a CPLP, Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São-Tomé e Príncipe, Timor Leste e Moçambique.
Angola, apesar de se encontrar na zona mais afectada pelo HIV no mundo, com 75 por cento das infecções, possui uma taxa inferior a 05 por cento e 400 mil pessoas infectadas.
As províncias do Uíge, Cunene, Kuando Kubango, Luanda, Lunda Norte e Sul são as mais afectadas.
|