Segundo a Agência de Notícias Xinhua informou recentemente, o Brasil começa a aplicar uma campanha bem financiada para enfrentar uma eventual epidemia de gripe aviária e evitar o caso de uma expansão para o ser humano entre 18 milhões de brasileiros.

O ministro de Saúde, Saraiva Felipe, assegurou que o governo tem preparado suficientes recursos para cumprir a estratégia nacional contra essa enfermidade que parece tomar força no mundo.

O governo tem destinado uns 120 milhões de dólares para a campanha que levará até o ano 2007, dos quais, 90 milhões serão usados na compra de ativirais e o resto de 30 milhões na modernização dos laboratórios.

Além disso, o Instituto Butantan tem um presuposto de 1,5 mlhões de dólares para que comece o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus H5N1, a cepa de gripe aviária mais letal para os humanos ainda que não se transmite de pessoa a pessoa.

A campanha terá os recursos necessários apesar de austeridade governamental.

A epidemia já causou, pelo menos, a morte de 66 pessoas e 126 doentes, além de sacrificar dezenas de milhares de aves.

A gripe aviária ressurgiu em dezembro de 2003 em aves da Coréia do Sul e chegou a contaminar seres humanos em Vietnã, Tailândia, Malásia, Indonésia, Camboja e China.

A Organização Mundial de Saúde solicitou as Nações Unidas mil milhões de dólares para enfrentar o risco de um surto em caso de que os vírus da gripe aviária mutem para transmitir-se entre os humanos.

As autoridades do Brasil consideraram que uma eventual incidência infetaria entre 3,5 e 18 milhões de pessoas, que representam o 2 a 10% da população com uma mortalidade de 25 mil casos.

Para prevenir essa situação, o ministério de Saúde criou 46 unidades "centrais" com o fim de detectar oportunamente a presença da gripe aviária no país e prepara um plano de emergência que permita aos hospitais brasileiros receber 550 mil infectados.

O Brasil prevê também o armazenamento de nove milhões de unidades de antivíral Tamiflu, já que até agora, ele é o único medicamento eficiente para combater o vírus H5N1.

"Estamos estudando o que será melhor para o Brasil, se a transferência da tecnologia de fabricação, que pode levar de dois a três anos, ou a compra direta do medicamento já pronto", disse o secretário de Vigilância Epidemiológica do Brasil Jarbas Barbosa.

Os laboratórios brasileiros possuem vasta experiência na produção de medicamentos antivirais, adquirida na luta contra a Aids.

O ministro Felipe reconheceu que a rede nacional de hospitais tem de ser aprimorada para enfrentar a epidemia, igual a países em desenvolvimento.

Porém, ele sublinhou que o Brasil tem um risco menor que outros países para a presença de gripe aviária devido a que o país se encontra fora da rota migratória de aves que extende a epidemia desde Europa.