Portugal será um dos países europeus mais atingidos pelas mudanças climáticas nos próximos anos. Esta é a conclusão de um estudo oficial divulgado na semana passada em Lisboa.
O estudo foi apresentado pela rede CIRCLO, formada por 27 institutos de pesquisa de 17 países europeus que buscam identificar as áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas.
O estudo aponta o Sul da Europa e Portugal com as áreas passíveis de sofrerem os maiores impactos. "Como testemunhamos no verão com os incêndios florestais e a prolongada estiagem em Portugal, poderemos testemunhar outros graves problemas em relação ao abastecimento de água e à saúde pública", alertou o pesquisador Martim Koning, diretor de um dos projetos europeus voltados às mudanças climáticas.
A pesquisa sobre os impactos das mudanças climáticas foi conduzida por dezenas de especialistas entre 1999 e 2005 em Portugal. A temperatura, segundo os responsáveis pelo projeto, poderá registrar um aumento médio entre seis e oito graus durante o verão. "As temperaturas acima dos 35 graus poderão predominar entre 60 e 70 dias anualmente, contra os 10 ou 15 dias observados na atualidade", diz o estudo.
Além disso, o nível da água do mar na costa portuguesa subirá cerca de 50 centímetros em média até 2010. O fenômeno deve pressionar, sobretudo, as zonas baixas que enfrentam graves problemas de erosão.
Os estudos também prevêem uma redução de 15% nas taxas anuais de precipitação pluvial na região de Alentejo, no Sul do País, e uma maior concentração das chuvas durante o inverno.
O aquecimento global também pode levar o sistema de saúde português a enfrentar doenças tropicais. Na próxima década, a malária e a dengue podem encontrar as condições necessárias para se desenvolver no país.
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