Os países latino-americanos adotaram diferentes modelos econômicos ao longo da História. Representantes das correntes de esquerda que se opunham ao neoliberalismo venceram as eleições presidenciais no Brasil e em outros importantes países da região. A vitória apontou, sobretudo, o desejo dessas respectivas sociedades em buscar novos caminhos para concretizar o desenvolvimento sustentável.
O modelo econômico monocultor e agro-exportador comandaram a construção da infra-estrutura ferroviária, portuária e rodoviária desses países entre o final do século 19 e o início do século 20. Suas economias passaram a depender do fluxo de investimentos estrangeiros, muito embora estes tenham representando um papel fundamental em sua inserção no sistema econômico mundial.
Ao longo da década de 70 do século 20, a maioria dos países latino-americanos partiu para a nacionalização das empresas de capital estrangeiro e da estatização de pequenas e médias empresas que enfrentavam a falência, ampliou a intervenção do Estado na economia e adotou uma estratégia de desenvolvimento calcada nos empréstimos internacionais.
Com isso, o volume da dívida externa dos países latino-americanos saltou de US$ 27 bilhões em 1970 para US$ 231 bilhões em 1980. Com a alta dos juros internacionais, as potências latino-americanas - Brasil, México e Argentina - caíram no círculo vicioso de recorrer a novos empréstimos para quitar dívidas anteriores. Em agosto de 1982, o México decretou a moratória dos pagamentos aos credores internacionais e desencadeou uma crise econômica e de credibilidade sem precedentes na América Latina. O resultado foi uma terrível recessão econômica ? a chamada "década perdida".
Para sair do fundo do poço, México, Brasil, Argentina e Chile adotaram novas teorias econômicas e um novo modelo de desenvolvimento ? o neoliberalismo. Os seus governos reduziram a interferência nas atividades econômicas, relaxaram as restrições à entrada do capital estrangeiro, privatizaram estatais, liberaram o mercado financeiro, reformaram o sistema de aposentadorias e permitiram que o mercado definisse a economia. Em suma, eles realizaram uma série de reformas econômicas e estruturais, em conformidade com a globalização econômica.
Desde os anos 90 do século 20, as reformas puxaram o crescimento da região. Entre a regiões de menor renda per-capita mundial, o PIB per capita dos latino-americanos é o mais alto: US$ 3.580.
Porém, ao intensificar o papel do mercado, as reformas econômicas latino-americanas enfraqueceram o papel do governo e dificultaram o seu papel na promoção do desenvolvimento coordenado econômico e social, gerando o lento crescimento econômico da região.
O neoliberalismo aplacou o antigo modelo de desenvolvimento e as antigas políticas econômicas, enfatizou o papel do mercado, desprezou a importância da participação do Estado no processo de desenvolvimento econômico e social, elevou a desigualdade da renda e o aumento da disparidade entre pobres e ricos, entre outros problemas sociais.
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