Acabou o assentamento dos trilhos da Ferrovia Qinghai-Tibet após quatro anos de duríssimos esforços. A obra é um marco na história ferroviária mundial e deverá interligar o Tibet aos principais centros econômicos e tecnológicos do País.
A Região Autônoma do Tibet responde por um oitavo do território da China. A precariedade na infra-estrutura impedia o seu desenvolvimento. O acesso ao Tibet era limitado às rodovias Qinghai-Tibet e Sichuan-Tibet e não correspondia às necessidades regionais de desenvolvimento, quer na quantidade quer no custo de transporte.
Segundo Liu Kai, especialista do Instituto de Economia Industrial da Academia de Ciências Sociais da China, a entrada em operação da Ferrovia Qinghai-Tibet mudará fundamentalmente o atraso econômico da região frente a outras regiões e servirá como uma importante garantia para seu desenvolvimento sustentável. Ele considera que a Ferrovia vai ampliar os contatos do Tibet com o exterior, reduzir o custo de transporte, impulsionar o desenvolvimento do setor turístico e acelerar a exploração dos recursos minerais.
A obra também completa a infraestrutura de comunicações da região. As rodovias Qinghai-Tibet e Sichuan-Tibet; o gasoduto Germu-Lhasa; os cabos de fibra óptica Lanzhou-Xining-Lhasa.
O especialista da Academia de Ciências Sociais da Região Autônoma do Tibet, Wang Taifu, considerou que a Ferrovia Qinghai-Tibet também interligará o mercado tibetano ao mercado nacional. Por isso, diz, reduzirá o custo das matérias-primas e artigos necessários do Tibet, beneficiando diretamente os agricultores e pastores tibetanos. Além disso, favorecerá os setores de turismo, medicina tradicional, mineração, indústria de transformação agrícola, artesanato. Em sua avaliação, eles puxarão o crescimento da economia tibetana e promoverão o desenvolvimento conjunto com a província de Qinghai e possibilitará a formação da faixa econômica do Planalto Qinghai-Tibet.
Há muitos anos, as maravilhosas paisagens naturais e a misteriosa cultura do Planalto Qinghai-Tibet atraem um número cada vez maior de turistas chineses e estrangeiros. Em 2004, o Tibet recebeu 1 milhão de visitantes. No entanto, a esmagadora maioria desses turistas é obrigada a optar pelo transporte aéreo. Por isso, dizem. "É fácil visitar o estrangeiro, mas é difícil visitar o Tibet". A Ferrovia Qinghai-Tibet também se interligará com a Rota da Seda, formando uma rota turística alternativa.
Para Wang Taifu, a construção da Ferrovia Qinghai-Tibet provocará grandes mudanças da sociedade tibetana, promoverá a abertura e intercâmbio com exterior, além de impulsionar o processo de civilização moderna da sociedade tibetana.
Os tibetanos são fortes em absorver e combinar as culturas avançadas exteriores. A Ferrovia inclui pela primeira vez o Tibet na rede de transporte ferroviário de todo o país, abrindo uma série de oportunidades para a região criar e aperfeiçoar sua economia de mercado socialista.
Atualmente, a economia tibetana vive numa fase de rápida expansão. Segundo os recentes dados, em 2004, o PIB tibetano ultrapassou a casa de 10 bilhões de yuans. A partir de 2001, o ritmo anual de crescimento econômico tibetano atingiu 12,5%, ocupando o terceiro lugar do Oeste chinês. É possível que, em 2010, o PIB tibetano alcance o nível médio da China.
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