A China está construindo uma artéria para o abastecimento de energia ao longo da antiga Rota da Seda para transportar petróleo e gás desde a Região Autônoma da Nacionalidade Uygur de Xinjiang (RAUX), no Noroeste da China, e as vizinhas nações da Ásia Central, até as suas regiões orientais e centrais.
Existe uma grande abundância de recursos petroleiros e de gás natural nas nações situadas ao longo da antiga Rota da Seda, o que constitui uma grande oportunidade para que a China construa uma rede de abastecimento de energia.
A China, país que necessita de energias para abastecer seu vigoroso crescimento econômico, decidiu transformar Xinjiang em uma nova base de produção energética.
Xinjiang conta com uma extensão de mais de 1,6 milhão de quilômetros quadrados, ou uma sexta parte do território total do país.
Como o segundo maior produtor de petróleo da ex-União Soviética, o Cazaquistão conta com as reservas petroleiras de 54 bilhões de barris e com reservas de gás natural verificadas de entre 65 e 70 trilhões de pés cúbicos.
Também há abundantes recursos de gás natural na Turcomênia e no Uzbequistão. A Turcomênia ocupa o quinto lugar mundial em reservas de gás.
Os três países estão se tornando em importantes fontes de petróleo e gás para a China. Aos princípios deste ano se iniciou a construção de um oleoduto entre o Cazaquistão e a China e outro para óleo bruto e produtos petroleiros no Oeste da China. Além disso, o gasoduto Oeste-Leste foi completado aos finais do ano passado, com o que se há dado forma a um "corredor" para o transporte de petróleo e gás.
Chen Geng, gerente geral da PetroChina, um dos dois principais produtores de petróleo da China, anunciou dia 22 de agosto em Dushanzi de Xinjiang que o projeto do oleoduto China-Cazaquistão terminará aos finais deste ano.
O oleoduto de 3.040 quilômetros de extensão inclui uma seção de 2.800 quilômetros no Cazaquistão e uma seção de 240 quilômetros na China com um investimento de US$ 3 bilhões. Prevê-se que para o ano 2010, a China importará 20 milhões de toneladas de óleo bruto ao ano desde as nações da Ásia Central.
A construção do oleoduto nacional de 4.000 quilômetros de comprimento começou em março deste ano e é, até o momento, o oleoduto mais longo da China. Estender-se-á de Dushanzi de Xinjiang até Lanzhou, capital da vizinha província chinesa de Gansu, com um investimento estimado em 14,6 bilhões de yuans (US$1,8 bilhão). Prevê-se que para o ano 2006, Xinjiang transportará anualmente 13,59 milhões de toneladas de óleo bruto e 8,68 milhões de toneladas de petróleo refinado através do oleoduto.
Xu Dingming, chefe do Birô de Energia da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma da China, disse que o oleoduto Oeste-Leste ajudará a otimizar a estrutura energética do país. Com uma capacidade anual prevista para o transporte de gás de 12 bilhões de metros cúbicos, o projeto terá a capacidade para chegar a entre 17 e 18 bilhões de metros cúbicos depois de iniciar a operação comercial.
Terminados todos os oleodutos e gasodutos, Xinjiang se tornará em um importante fornecedor de petróleo e gás para o resto do país.
A avaliação oficial mais recente de recursos demonstra que Xinjiang conta com recursos petroleiros estimados de 20,9 bilhões de toneladas, ou 30% dos recursos petroleiros terrestres totais do país.
No ano passado, Xinjiang produziu 22,28 bilhões de toneladas de óleo bruto com o que se situava no terceiro lugar nacional. Prevê-se que superará a província nordeste chinesa de Heilongjiang para virar o principal produtor nacional com uma produção petroleira anual projetada de 50 milhões de toneladas.
Zhou Xinyuan, sub-gerente geral do campo petrolífero de Tarim da PetroChina, disse que para fins de 2004, depósitos de gás natural de 664 bilhões de metros cúbicos haviam sido verificados na bacia de Tarim em Xinjiang, o que assegurará uma oferta de gás estável de 30 bilhões de metros cúbicos para o transporte de gás Oeste-Leste durante pelo menos 20 anos.
Informa-se que os dois principais produtores de petróleo terrestre da China, PetroChina e Sinopec, estão destinando uma grande quantidade de fundos na prospeção de recursos petroleiros e de gás em Xinjiang. Os dois gigantes petroleiros gastaram 13,8 bilhões de yuans (US$1,7 bilhão) com este fim em 2004.
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