"Um automóvel com motor menos potente implica em menor consumo de gasolina e menor preço", disse um possível comprador à Agência de Notícias Xinhua durante a expo realizada em Changchun, capital da província nordeste de Jilin. Ele agregou ainda que pretendia comprar um veículo com um motor 1,6.

O plano da China para construir uma sociedade que poupe seus recursos, que apareceu inicialmente em uma circular emitida pelo Conselho de Estado, espera reestruturar o comportamento dos consumidores chineses e modificar o modo de produção.

Algumas companhias têm sido suficientemente perspicazes para se dar conta das novas oportunidades comerciais latentes em torno dessa meta.

Yoshimo Inaba, representante da Toyota, disse durante a expo que se espera que os veículos impulsionados por combustíveis mistos sejam bem aceitos pelo mercado chinês devido à proteção do meio ambiente. Também mencionou que a tecnologia japonesa para reciclar veículos terá boas possibilidades de aplicação na China, pois os automóveis descartados serão um futuro problema para o país.

Wang Xiaoguang, especialista do instituto de Pesquisas Econômicas da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CEDR), disse que a nova estratégia de economia de energia conduzirá a um ajuste nas políticas industriais e em todo o sistema econômico do país. Portanto, conclamou a população a cultivar as preferências de consumo em conformidade com o cenário relacionado à energia, ao meio ambiente e ao poder econômico do país e, por outro lado, as mudanças nas preferências de consumo influenciarão decisivamente a produção.

Em relação à indústria automobilística, o consumo de automóveis está experimentando mudanças estruturais devido à forte alta nos preços do petróleo e às deficientes condições de tráfego nas cidades.

Os carros econômicos chamaram a atenção durante a expo de Changchun, enquanto os automóveis de luxo e conceituais estrangeiros atraíram o maior número de visitantes nas exposições anteriores.

Durante a expo, os automóveis mais procurados para testes de rodagem foram as marcas nacionais, cuja faixa de preços se situa entre 40 mil yuans (US$ 4.937) e 60 mil yuans (US$ 7.407). Os carros econômicos recentemente lançados no mercado pela Honda, Nissan e Buick, cujos preços variam entre 90 mil yuans (US$ 11.100) e 120 mil yuans (US$ 14.815) também estavam no foco das atenções.

De acordo com estatísticas, os fabricantes europeus como a Volkswagen, líderes de mercado no passado, relataram uma forte queda na participação do mercado na China, pois estão ficando atrás no reconhecimento do crescente potencial do segmento de sedans econômicos.

Os fabricantes japoneses e coreanos, por outro lado, deram uma rápida resposta às mudanças nas preferências dos consumidores chineses e obtiveram uma maior participação de mercado neste ano, com altas nas vendas de 33% e 13% frente a 2001.

No obstante, "as oportunidades em outros setores não devem ser deixadas de lado", disse Wang.

Segundo Wang, urbanistas construirão edifícios mais altos para economizar os escassos recursos terrestres. Portanto, haverá uma maior demanda de aço, especialmente o de alta qualidade. As companhias nacionais e estrangeiras terão novas oportunidades no mercado chinês.

"A conservação dos recursos tende a melhorar a eficiência e empregar uma menor quantidade de recursos. Isso não implica na queda das taxas de desenvolvimento", disse Wang.