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(GMT+08:00) 2005-09-02 10:40:00    
Seminário: Estratégia diplomática do Brasil

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Nos anos 1960 e 1970 do século 20, com o surgimento de "Milagre Econômico", o Brasil foi internacionalmente denominado como um "Potencial Latente". Nos anos 80, com a grave crise provocada pela dívida externa, o Brasil ganhou o título de um "Potencial Latente Permanente". Nos últimos anos, com a reviravolta da economia brasileira, o Brasil atrai novamente a atenção do mundo.

No dia 19 de agosto, especialistas chineses se reuniram no Instituto de Estudos da América Latina da Academia de Ciências Sociais a fim de participar de um seminário sobre a estratégia diplomática do Brasil.

No decorrer do ano 2004, o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, sob a orientação da "Diplomacia de um Grande País", efetuou uma série de iniciativas diplomáticas: visitas à Índia e China; a participação da reunião especial dos líderes americanos realizada no México e a fundação da Comunidade dos Países da América do Sul, etc. Ao mesmo tempo, o presidente Lula recebeu sucessivamente o presidente chinês, Hu Jintao; o presidente russo, Vladimir Putin; o primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi; o presidente coreano, Roh Moo-hyun; o presidente vietnamita, Tran Duc Luong; o presidente paquistanês, Perves Musharraf; o presidente libanês, Émile Lahoud e o primeiro-ministro canadense Paul Martin, assim como vários dirigentes latino-americanos.

De acordo com Wu Zhihua, jornalista do «Diário do Povo», as atividades diplomáticas de Lula manifestam a estratégia diplomática do Brasil, que se resume no "Ator Global". No entanto, essa estratégia que focaliza o palco mundial não é um reajuste do governo: ainda em 1996, quando o ex-ministro das Relações Exteriores, o tema era presente num dos discursos que Luiz Felipe Lampreia ao explicar a política externa do então presidente Fernando Henrique Cardoso:

"A diplomacia do Brasil deve ser multipolar. O Brasil mantém relações equilibradas com a Europa, América do Norte, América Latina e Ásia?No papel internacional desempenhado pelo Brasil, nós tentamos reforçar e estabilizar a parceira estratégica com outros países. Queremos também promover estas relações para todas as regiões do mundo, especialmente os centros mais dinâmicos, como os países asiáticos".

O atual presidente Lula também atribui grande importância à credibilidade de um país nas negociações internacionais. De acordo com ele, o Brasil, como um país de paz que salvaguardar a democracia e justiça, bem como possui credibilidade no quadro internacional.

Sob este conceito, o presidente Lula implementou uma política diplomática de maneira muito positiva:

1 Entre 2003 e 2004, o presidente Lula realizou 56 visitas a 35 países e recebeu no país 52 visitas de 39 dirigentes estrangeiros. No decorrer deste ano, Lula efetuou visitas à Ásia, França, e participou dos diálogos entre G-8 e os países desenvolvidos, assim como presidiu a primeira reunião entre os líderes dos países latino-americanos e árabes do Oriente Médio.

Neste período de dois anos de meio, o presidente Lula percorreu a América Latina, visitando e convidando todos os líderes desta região.

2 O presidente realizou três visitas à Ásia. A primeira foi à Índia, a segunda foi à China, e a terceira Coréia e Japão. Em dois anos e meio, Lula visitou 13 países asiáticos.

3 Durante 2 a 10 de dezembro de 2003, Lula visitou os países árabes, a primeira de um líder brasileiro à região desde 1971. Em maio deste ano, com a realização da reunião entre os diligentes dos países latino-americanos e árabes, Lula quebrou outra recorde na história diplomática do Brasil.

Além disso, a diplomacia global do Brasil também se pode observar no setor comercial.

Na segunda metade do século 19, com o rápido desenvolvimento dos Estados Unidos, o Barão do Rio Branco, o então ministro das Relações Exteriores, indicou que o Brasil deveria apoiar as políticas exteriores implementadas por Washington, a fim de salvaguardar os interesses do País.

Por tanto, na primeira metade do século 20, os Estados Unidos absorviam entre 30% e 56% do total das exportações brasileiras, as importações americanas, por outro lado, ocupavam 30% do total efetuado pelo Brasil. Além disso, os Estados Unidos se tornaram a maior fonte de investimentos externos do Brasil. No entanto, esse quadro se converteu nos finais do século 20 com a divisão da estrutura do comércio exterior do Brasil pelos Estados Unidos, União Européia (UE), América Latina e Ásia. De acordo com o então ministro Lampreia, o comércio externo do Brasil com os Estados Unidos e a Ásia ocupa respetivamente 1/5 do total, enquanto a União Européia e a América Latina compartilham respectivamente 1/3.

De acordo com Wu Zhihua, a estrutura do comércio exterior brasileiro, bem diferente da dependência dos Estados Unidos no passado, está mais equilibrado após dois anos de reajuste. Por exemplo, o valor do comércio brasileiro para os países latino-americanos é 18,6%, para os Estados Unidos 19,6%, para a UE 25% e para a Ásia (exceto o Oriente Médio) 16,8%. "Podemos observar que o comércio exterior brasileiro distribui uma percentagem de 20% para cada grande mercado consumidor", avalia.

Em relação à adoção da diplomacia global pelo governo brasileiro, o embaixador Luíz Augusto de Castro Neves disse:

"O Brasil é um país com mais de 8,5milhões de km2 em relação à dimensão territorial e uma população mais de 185 milhões de pessoas. Seu PIB é equivalente a US$ 1,553 trilhão. O nosso desejo de integrar harmoniosamente de uma maneira o melhor possível no sistema internacional pode logicamente possuir aspirações que são compatíveis com a realidade".

De acordo com os estrategistas do Goldman Sachs, o valor total do PIB da China, Brasil, Rússia e Índia vai superar o PIB dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália e Reino Unido em 2050.

Sobre isso, o embaixador afirmou:

"Predizer o futuro é uma coisa perigosa. Mas, apesar de tudo, podemos chegar certas conclusões a partir de certas premissas".

No seminário, sobre a pergunta da posição brasileira, o embaixador respondeu com humor:

"Alguns colegas meus de outros países latino-americanos tratam o Brasil como o elefante num pequeno quarto, por isso, ele deve espirrar de uma maneira suave".

Ao voltar à estratégia diplomática brasileira, o embaixador defende que na procura da integração ao sistema internacional, o Brasil não ambiciona uma expansão: ele não possui armas nucleares, proibida pela própria Constituição. A ênfase de sua gestão se concentra no desenvolvimento econômico e social.

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