O projeto para a proteção das zonas adjacentes a Cidade Proibida foi ratificado no mês passado durante a 29ª Conferência de Patrimônio Mundial, realizada em Durban, na África do Sul. Especialistas acreditam que a proposta garante a integridade do conjunto arquitetônico da Cidade Proibida.
A Cidade Proibida foi construída em 1420. Seu complexo arquitetônico ? o maior do mundo edificado em madeira - ocupa uma área de 72 hectares. Suntuosa, serviu como residência oficial e local de despachos para 24 imperadores das dinastias Ming e Qing. Não é preciso ter um olhar aguçado para concluir que sua extraordinária decoração e estrutura física expressam o rigor político e os ritos feudais da China. Por isso, em 1987, a Cidade Proibida foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Cultural Mundial.
As Normas Executivas da Convenção de Patrimônios Mundiais estabelece uma zona de proteção ao redor dos patrimônios mundiais. O objetivo é evitar interferências arquitetônicas sobre a estrutura original. A área tombada totaliza 86 hectares e a zona de proteção da Cidade Proibida possui 1.377 hectares.
O diretor da equipe de arquitetos da Administração Nacional de Patrimônios Culturais da China, Luo Zhewen, considera a aprovação da proposta oportuna e necessária. Ele afirmou:
"A contenção das interferências é indispensável para a preservação da Cidade Proibida. Por isso, a definição e a ratificação da proposta são bem vindas".
A zona de proteção é composta basicamente pela Cidade Imperial ? um complexo externo à Cidade Proibida. No século 15, Beijing tinha como centro a Cidade Proibida e foi dividida em quatro partes: a Cidade Proibida, a Cidade Imperial, a Cidade Interior e a Cidade Exterior. A cidade imperial cercava a Cidade Proibida, como se fosse um jardim postado em sua parte de trás. Ela tem 2750 metros de extensão de Sul a Norte e 2500 metros de Leste a Oeste. Ela concentrava vários órgãos de prestação de serviços à família imperial. A Cidade Proibida, no entanto, é o complexo melhor preservado.
A zona de proteção inclui a Cidade Imperial e a zona leste da Cidade Proibida. As novas edificações na zona de proteção devem respeitar rigorosamente as exigências. Por exemplo: os prédios não podem ultrapassar nove metros de altura e suas cores e estilos devem obedecer ao estilo original do patrimônio. O governo vai restaurar as antigas construções no interior da zona de proteção, cujas fachadas estão em perigo.
Em 1999, entre os 25 áreas de proteção definidas pela Prefeitura do Município Central de Beijing, dois terços se situam na Cidade Imperial. Em 2002, Beijing reformulou o programa de proteção. No ano passado, a Administração de Patrimônios Culturais de Beijing divulgou duas propostas na internet, a fim de colher a opinião da população. A maior parte daqueles que participaram da ação escolheu a segunda proposta, ratificada na África do Sul.
O membro do Comitê Estatal de Patrimônios Culturais e vice-diretor da Comissão de Especialistas para Proteção das Cidades Históricas e Culturais, Zheng Xiaojue, reiterou que a área de proteção da Cidade Proibida foi ampliada gradualmente e a consciência do governo e da população em torno da necessidade de preservação aumentou consideravelmente.
Segundo se informou o Teatro da China, uma das obras culturais mais importantes da China, planejado para ser edificado no interior da zona de proteção da Cidade Proibida, mudou de endereço.
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