Desde meados de maio, vários eventos referentes à artigos de luxo têm chegado sucessivamente na China. Em 18 de maio, foi realizada a primeira reunião de cúpula do setor de grifes internacionais em Shanghai. Em seguida, os habitantes desta cidade tiveram oportunidade de conhecer as recentes coleções da PRADA, marca de renome internacional. Em Beijing, na exposição "Art in Life" foi possível conhecer o estilo de vida dos italianos. Mas o que tem despertado maior interesse entre os adeptos de um estilo de vida luxuoso é a exposição de objetos de luxo (TopMarques) que, em vez de ser realizada em Mônaco como ocorre todos os anos, irá desembarcar em Shanghai em outubro.
Muitas pesquisas revelaram o grande entusiasmo dos chineses jovens por artigos de luxo. No final de maio, por exemplo, a imprensa de Shanghai entrevistou 1289 internautas das três regiões mais desenvolvidas da China (cidade de Shanghai, província de Jiangsu e de Zhejiang) a respeito do consumo de produtos de luxo. A pesquisa revelou que 68,8% dos entrevistados gostam de comprar artigos de luxo, enquanto que 56,7% disseram que poupavam dinheiro também para esse fim. O gasto anual em artigos de luxo tem atingido o valor de 22.062,08 yuans por pessoa. Com efeito, são muitos os jovens que sacam a descoberto para comprar artigos de luxos. De acordo com outra pesquisa, no interior da China, 13% da população, a maioria com idade inferior a 40 anos, são consumidores de artigos de luxo.
Atualmente, existe um mercado intenso de artigos de luxo. Ao mesmo tempo, há um grande número de jovens querendo consumir esses produtos. O crescente número de jovens consumidores preocupa os sociólogos.
*Salário de milhões de yuans não dá para chegar ao final do mês
A faixa etária das pessoas que procuram artigos de luxo varia entre 25 e 30 anos. Eles possuem um emprego estável e ganham bem. Mas o salário não dá para chegar ao final do mês. Adoram levar uma vida de alta qualidade. "Trabalhamos com diligência e certamente queremos gozar a vida", é o que afirmam. Compram produtos de grife. Em pesquisa realizada entre jovens de cidades revela que 57% dos entrevistados preferem gastar dinheiro em vez de guardá-lo para o amanhã, enquanto que 48% não se importam em contrair dívidas.
*Sacar dinheiro do banco para ser admirado pelos outros
Yu, há dois anos trabalhando em uma empresa de software, disse à reportagem que preferido comprar pela internet. "É muito conveniente e rápido," ele afirma. Foi assim que Yu comprou MP3, uma câmara digital e um laptop, artigos estes mais procurados pelos jovens chineses.
Analistas do setor bancário explicam que o cartão de crédito pode atingir a cifra de 50 mil yuans a descoberto.
"Estes jovens receberam uma educação de qualidade e têm bom emprego. Desejam, por isso, ser reconhecidos socialmente", afirma o professor Sun Mingjin, ao analisar esse comportamento de consumo. O reconhecimento social é buscado através da compra de artigos de luxo.
*Saldo negativo nas contas bancárias
Segundo pesquisa realizada pela Academia de Ciências Sociais da China, a taxa de endividamento entre as famílias de Beijing e de Shanghai chega a 155% e 122% respectivamente. Já nas cidades de tamanho médio, como Qingdao, Hangzhou e Shenzhen, essa taxa chega a 90%. Nos EUA, a taxa de dívida individual é de apenas 115%.
*Quem vai orientar o consumo dos jovens chineses
O consumo excessivo entre jovens chineses está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico, afirma Sun. Com o desenvolvimento da economia de mercado, a capacidade de compra dos chineses tem aumentado, conseqüentemente, tem sido maior a procura por bens sofisticados. Esse fenômeno é inevitável na evolução de uma sociedade.
"Na medida em que o desenvolvimento econômico progride, o entusiasmo pelo consumismo diminui. Devemos aperfeiçoar nosso sistema de compras a crédito", Sun enfatizou.
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