Em um mundo que demanda soluções arquitetônicas que defendam a ecologia e da natureza, a China utiliza o seu granito para construir a primeira construção protetora do meio ambiente em escala nacional.
Uma das universidades chinesas de maior renome, a Tsinghua, acolhe desde 22 de Março do ano passado, o primeiro edifício de baixo consumo do país. Trata-se de um projeto piloto para demonstrar como evitar o desperdício de energia em uma construção. O imóvel em questão é a sede de 100 produtos poupadores de energia, com reconhecimento nacional e internacional.
De acordo com Jiang Yi, um acadêmico do Instituto de Engenharia da China e professor da Universidade Tsinghua, o peso total desse primeiro edifício "verde" é de apenas 10% daquelas construções semelhantes. Além disso, ele pode aquecer-se durante o inverno sem consumir energia. O seu consumo total de energia durante o ano equivale somente a 30% dos edifícios de mesmo tamanho.
O conceito de construção "verde" na China
O conceito de construção "verde" ainda é novo. Nos anos 60, o arquiteto norte-americano de origem italiana, Paolo Soleri juntou as palavras inglesas "Ecology" e "Architecture" em um só termo, "Arology". A iniciativa estabeleceu uma nova mentalidade sobre a "arquitetura ecológica" (construção verde), conceito que com o tempo foi levado à prática pelos países desenvolvidos.
A aplicação dessa prática consiste em utilizar os recursos limitados de forma integral, a fim de causar o menor dano possível ao redor. Assim, preserva-se recursos energéticos, naturais, matérias-primas e garantem uma vida sadia, confortável e segura.
No seminário de desenvolvimento do meio ambiente realizado pela ONU em 1992, os participantes propuseram pela primeira vez de maneira clara o conceito de "construção verde". A proposta veio a tornar em virtude da preocupação quanto ao impacto nocivo ao meio ambiente provocado pelo desenvolvimento acelerado.
Ao crescer continuamente de maneira acelerada, a China vivência o aumento das necessidades energéticas e de recursos naturais. A alta nos preços internacionais da energia nos últimos anos traduziu-se em uma imensa pressão sobre o futuro da economia chinesa. Foi assim que os departamentos concernentes do governo chinês se interessaram pelas "construções verdes".
Em Agosto de 2004, o Ministério da Construção, avaliando a realidade da China, definiu a "construção verde" da seguinte maneira: construção que garante o espaço, trabalho e atividades sadias, confortáveis e seguras, e que pode utilizar eficientemente os recursos, poupando energia, terra, água, e matérias-primas, afetando minimamente o meio ambiente.
Em Março desse ano, Beijing foi sede do I Simpósio e Exposição Internacional de Tecnologia de Arquitetura Verde. Tratou-se do primeiro encontro sobre esse tema organizado por especialistas e organismos governamentais de vários países.
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