"Em 1951 regressamos a viver na China, obedecendo a nossa escolha plena e definitiva. E passamos pelas boas e pelas más, por provas e triunfos", escreveu Epstein. "Não como 'observadores' desde o exterior, vimos a arena internacional como parecia desde dentro da China".
Logo, ele e sua esposa se instalaram em Beijing em 1951. Epstein se dedicava a proporcionar ao mundo informação sobre a China desde dentro deste país em seus próprios escritos e reportagens. Converteu-se em cidadão chinês em 1957.
"Eppy estava em cenário para todos com seus escritos e reportagens, que tinham profundidade", disse Lin Wusun, colega de longo tempo de Epstein e antigo presidente do Grupo de Edição Internacional da China, numa entrevista com o China Daily. "Não só cobria os eventos mesmos, como ainda se adentrava para ligá-los com o passado e o futuro".
Tomou quase 30 anos a Epstein completar sua obra O Tíbet transformado. Para sua redação viajou à região quatro vezes.
Em todos seus livros como em suas memórias, Epstein oferece, partindo de seus próprios análises e enfoque, respostas pessoais às perguntas porquê a China moderna e contemporânea tem seguido um caminho tão ziguezagueante.
Com vontade própria também sempre estava por oferecer ajuda a seus colegas chineses nos escritos e reportagens sobre a China.
E por onde quiser, ia a ajudar a editar artigos redatados por seus colegas chineses, desde os escritórios da China Reconstruye(agora a revista China Hoy), da qual era um dos fundadores, até aos da revista China Popular, ele levava consigo seu humor e risos.
Zhang Yan, outro dos colegas de mais longo tempo de Epstein e o ex-primeiro- subredator em chefe da China Hoy, disse que Eppy trabalhava mais que melhorar os artigos traduzidos em proveito dos leitores estrangeiros.
"Versátil e experimentado, era familiar com a história chinesa e também com a situação em outros países. Seu polimento tornava seu artigo ordinário convincente, atrativo e interessante para qualquer leitor. Desde a reforma e a abertura, o status da China na comunidade internacional se tem elevado, e o zelo de Eppy pelas comunicações internacionais da China levou os conteúdos da revista (China Hoy) a ser um dos assuntos nacionais abarcadores", comentou Zhang em um artigo publicado na edição de abril da China Hoy.
Segundo Lin Wusun e Zhang Yan, Eppy era, talvez ocasionalmente, um companheiro de trabalho algo "difícil".
"Melhorar constantemente era seu princípio guía. Seja qual for o artigo, Eppy sempre encontrava a maneira de dar-lhe um giro para sua melhoria", recordava Zhang.
"Este hábito não sempre era bem acolhido. Alguns companheiros de escritório diziam que as emendas na última etapa do processo de impressão criavam problemas aos trabalhadores, mas todo o mundo reconhecia que eram emendas que sempre contribuíam para o melhoramento", disse Zhang.
"Considerando nossa familiaridade com todo o mundo, nossa percepção poderia ajudar a outros a uma visão mais plena (sobre a China)", escreveu Epstein em suas memórias.
E esta "visão mais plena" vai muito mais além do legado mais precioso que Eppy tem deixado ao mundo.
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