 O Diário dos Jovens Chineses (China Youth) realizou recentemente uma pesquisa intitulada "Solidão e Fraternidade dos filhos únicos da década 80". Ela ouviu 6007 pessoas nascidas entre 1980 e 1989. Destes, 61,3% consideraram que em comparação com o tradicional modelo familiar -uma rede com pais e filhos -, os filhos únicos sentem mais solidão, pois é difícil compartilhar com outros a tristeza e as alegrias cotidianas.Outros 66,9% esperam ou esperavam ter irmãos, enquanto 46,1% dos entrevistados revelaram o desejo de terem o segundo filho. Um filho único expressou que não pode falar francamente sobre tudo com seus pais, por isso, assume a si próprio as alegrias e preocupações. "Pertenço a uma geração muito solitária que, no entanto, possui primos. A futura geração, no entanto, corre o risco de sequer tê-los!" Agora, vamos ver as diferentes opiniões sobre o segundo filho.
A favor
Fu, mestranda pela Universidade de Londres, acha assim:
"O meu marido é mais velho que eu. Nasci em 1980 e sou filha única. Senti muita solidão durante a infância. Quero evitar que meus filhos enfrentem a mesma situação. Almejo ter até três filhos: dois homens e uma mulher. Espero que um dos filhos possa levar o meu sobrenome. É evidente que um filho único possui muitas vantagens. Os pais podem prestar mais atenção a ele. Por outro lado, o carinho dos pais fará com que demore tempo para o filho único adaptar-se à sociedade. Por isso, ainda vou realizar meu grande sonho de ter mais filhos com a pré-condição de não transgredir as políticas de planejamento familiar."
Contra
 Ren trabalha na Academia de Caligrafia e Pintura de Nanjing considerou:
"O planejamento familiar é uma das políticas nacionais. Através desta, contribuímos muito para o controle populacional do mundo. Por isso, não podemos mudar desta estratégia. Minha esposa nasceu nos anos 80 e consideramos necessário persistir na política de um só filho. Planejamos não ter filhos e ser Dink (quer dizer duplo salário e não filho). Porque neste momento, ainda não temos suficiente tempo e dinheiro para oferecer um bom ambiente para nosso filho. Acredito que, no futuro, o sistema de garantias sociais será melhor. Não precisamos nos preocupar com a velhice, pois somos segurados. Prefiro dar a oportunidade do segundo filho para outros membros de nossa geração."
Especialista
Wang Liang, diretor da seção de Divulgação e Educação da Comissão para Planejamento Familiar de Nanjing, na província de Jiangsu disse o seguinte:
"A concessão do segundo filho a um casal de filhos únicos está em bom andamento. Agora, os filhos únicos nascidos na década 80 começaram a ter filhos. Isso pode causar uma concentração nas taxas de natalidade. Mas não influenciará muito. Há cerca de 20 milhões de nascimentos anualmente, contra um índice de mortalidade geral de 10 milhões. Quantas escolas e alimentos o país precisará estabelecer?Por isso, não ocorrerão grandes mudanças quanto à política de planejamento familiar. Segundo a pesquisa realizada em Shanghai, 40% dos jovens querem ter segundo filho. Porém, o desejo nem sempre implica em torná-lo realidade. É possível que muitos deles desistam do plano, levando em consideração a despesa e gasto de criar e educar um filho."
 Opinião
Zhou Changhong, diretor da Faculdade de Administração Pública do Instituto de Administração Populacional falou à reportagem:
"Tanto na China quanto no exterior, existe a regra que quanto mais alta a renda e o nível de educação, mais baixa a chance de escolher ter o segundo filho e vice-versa. As pessoas interessadas vão decidir se ter o segundo filho conforme suas próprias experiências. Em relação a isto, a sociedade econômica vem desempenhando um papel cada dia mais importante."
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