Stephen Roach é o economista sênior do Morgan Stanley dos EUA. Nos últimos sete anos, ele visitou a China 35 vezes, escrevendo e publicando muitos artigos e teses sobre a economia chinesa. Para muitos, trata-se do maior especialista norte-americano em economia chinesa. Dias atrás, ao conceder uma entrevista especial à Agência de Notícias Xinhua, em Nova Iorque, sobre o problema da taxa de câmbio do renminbi, Stephen Roach, assinalou claramente que a taxa de câmbio da China não tem nada haver com o déficit comercial americano.
Roach assinalou que o déficit comercial dos EUA é o resultado direto da baixa taxa de poupança interna americana. A taxa de depósitos privados é quase zero, enquanto a do governo é negativo. A baixa taxa de depósito significa, em certo sentido, o excessivo consumo. Os norte-americanos foram às compras e as exportações não são suficientes para diminuir o déficit comercial dos EUA. Na realidade, o déficit do comercial norte-americano para com a China não é catastrófico, pois proporciona aos consumidores norte-americanos mercadorias baratas e de boa qualidade.
Roach disse que mesmo que os EUA consigam a valorização do renminbi através de pressões junto à China, a fim de reduzir o déficit comercial, os EUA terão que importar de outros países com maior custo importador, o que implica na elevação dos impostos aos consumidores norte-americanos. O déficit da balança comercial, portanto, não deve ser alterado. Por isso, é errado atribuir o problema nacional dos EUA à política de taxa de câmbio chinesa.
Para Roach, a questão de taxa de câmbio é muito complicada e o reajuste deve ser decidido pelos próprios chineses. Ele assinalou que a China já prometeu reajustar o mecanismo da taxa de câmbio do renminbi. É importante fazer a mudança cambial no momento certo.
Roach considerou que a economia mundial está desequilibrada. Para recuperar o equilíbrio, os EUA necessitam resolver a questão do déficit em conta-corrente e que a China, porém, também deve dar sua contribuição.
|