Com seus um milhão e 250 mil almas, a etnia Dai vive no Zhou Autônomo da Nacionalidade Dai de Sishuangpana e em outros distritos da Província de Yun Nan.
A zona habitada pelos dais compreende um vale com terras férteis, clima temperado e chuvas abundantes durante todo o ano, onde cultivam arroz, cana de açúcar, mandioca, café, sisal, seringueira e muitas frutas, com manga, coco, abacaxi, mamão e banana. O chá "Puer", produzido pelos dais de Sishuangpana era muito procurado já na dinastia Tang e na dinastia Qing, foi exportado para paises asiáticos. Agora, esta espécie de chá foi exportado para o Japão e a Europa de Oeste.
Como outras nacionalidades, a etnia dai tem hábitos e costumes peculiares. Os homens usam blusa sem gola e com mangas estreitas, calças compridas e largas e turbante branco ou azul. As mulheres se penteiam com um coque, enfeitado com flores e envolvem a cabeça com um lenço multicolor. Elas usam ainda uma blusa fina e bordada, com mangas estreitas e uma saia comprida, até os pés. Usam sombrinhas de diferentes cores.
Os dais alimentam principalmente de arroz, gostam de sabores ágro-picantes e de mascar areca, fruta típica do trópico e que deixa os dentes amarelados.
As casas dos dais feitas de bambú têm dois andares, o teto que termina em ponta, é coberto de palha. No segundo andar, há dois cômodos, um dos quais é usado como cozinha e sala de visitas e o outro, como dormitório. Este tipo de casa corresponde ao clima local e também à necessidade de defender-se dos animais selvagens. O andar inferior funciona como estábulo, onde é recolhido o gado.
Em cada casa, vive uma família: o casal e seus filhos. Os dais consideram os vizinhos como parentes, verificando-se entre eles uma grande ajuda mútua.
Em meados do quarto mês lunar, os dais celebram a "festa dágua", que dura de 3 a 5 dias. Sua data varia com a do carnaval. Nesta ocasião, eles fazem a limpesa completa da casa, vestem a melhor roupa e preparam pamonhas de arroz envolta em folha de bananeiras. Ao rítmo de tambor Xiangjiao em forma de pata de elefante, a festa se inicia com a dança do pavão. Segue-se uma série de folguedos, competições, concursos e jogos, principalmente regatas no grande rio com barcos em forma de dragão. Os jovens e as moças lançam bolinhas entre si, cortejando-se. E jogam também água um no outro; todo o mundo joga água em todo mundo em sinal de júbilo.
A etnia dai é uma das minorias nacionais mais antigas da China. Há registros de sua existência desde o século I de nossa era. Desde tempos inmemoriais, os dais mantem estreitas relações económicas e culturais com outras nacionalidades chinesas, criando e desenvolvendo sua própria cultura e sua arte. O calendário dai é escrito na própria língua e através dele, calculam-se os eclipses do sol e da lua. Os documentos sobre sua história atestam a existência de grande quantidade de obras literárias, poemas, canções, contos, fábulas, contos infantis, desenhos delicados, belas esculturas e um belo estilo arquitetônico, que se vê em seus templos e pagodes, bem como em pontes de bambú. Todos os dais sabem cantar e dançar. Seus melhores cantores populares são muito respeitados.
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