Inaugurou-se dia 10 em Brasília a Cúpula América do Sul - Países Árabes com a presença de 17 chefes de estado e do governo e 60 ministros procedentes dos 12 países sul-americanos e 22 países árabes.
Discursando na cerimonia de abertura, o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva disse que o encontro é uma oportunidade histórica de construção "de uma ponte de sólida cooperação entre a América do Sul e o mundo árabe" Lula disse que o evento é ousado em seus objetivos e ambicioso nas suas aspirações. "Queremos dar passos concretos e duradouros na luta pelo desenvolvimento e pela justiça social".
De acordo com o presidente, o principal motivo do encontro é o fortalecimento da democracia e da busca pela paz. "O que move os líderes aqui presentes é a necessidade de fortalecer um espaço político que contribua para a construção de um mundo de paz, democracia e justiça social", afirmou o presidente.
Sobre a organização da cúpula, o presidente ressaltou que a realização da cúpula com a participação dos líderes árabes é resultado do trabalho não só do governo brasileiro, mas de todos as lideranças sul-americanas. "Nosso encontro é uma demonstração de confiança no diálogo como forma de aproximar países distantes, culturas distintas e percepções diferentes do mundo".
Abordando o comercio internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso desenhar uma nova geografia econômica e comercial internacional. "Buscamos um comércio justo e equilibrado que atribua aos países pobres os benefícios da globalização", disse Lula.
Em seu discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os participantes da Cúpula América do Sul-Países Árabes não estão reunidos apenas em busca de vantagens econômicas e comerciais, mas também na defesa da democratização dos organismos internacionais, para que a voz dos países em desenvolvimento seja ouvida. "Podemos traçar novos rumos na busca do desenvolvimento, sem desconsiderar caminhos tradicionais, mas com autonomia, criatividade e ousadia. Esse esforço só será recompensado se soubermos transformar os frutos do desenvolvimento em instrumentos eficazes para a diminuição das desigualdades sociais, promoção dos direitos humanos e o aperfeiçoamento das instituições democráticas". Segundo Lula, há necessidade de fortalecer um espaço político que contribua para um mundo de paz, democracia e justiça social.
Finalizando, o presidente falou sobre os subsídios comerciais concedidos pelos países desenvolvidos. Ele disse: "Buscamos um comércio justo e equilibrado, livre dos subsídios impostos pelos países ricos e que assegurem aos países pobres os benefícios da globalização. Queremos estabelecer uma nova relação de colaboração solidária com os organismos financeiros internacionais e logramos que o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo possam concluir um acordo de cooperação econômica" .
Terminada a cerimonia de abertura, foi assinado um Acordo-Quadro de Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e o Conselho de Cooperação do Golfo.O acordo criou um comitê integrado que vai aprofundar o entendimento entre os grupos participantes para a realização de um acordo de livre-comércio. O Chanceler brasileiro Celso Amorim ressaltou que esse é um compromisso extremamente importante para garantir a zona de livre-comércio.
O instrumento consubstanciará o desejo de maior aproximação entre os dois blocos, promovendo a cooperação nas áreas econômica, comercial, técnica e de investimentos.
Amanha, dia 10, os representantes continuarão discutindo sobre as cooperações nos setores da política, economia, comercio e cultura, e aprovarão um documento final.
A próxima cúpula da América do Sul ?Paises árabes será realizada em Marrocos em 2008.
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