No distrito de Jiangyong, na província do Hunan, existe a única escola do mundo que ensina a escrita feminina. Os seus traços assemelham-se ao corpo feminino e são escritos de maneira delicada expressando grande beleza.

A escrita feminina é composta por pontos, linhas verticais, inclinadas ou arqueadas, semelhantes à inscrição sobre ossos e carapaças de tartarugas. Possui a forma de um losango e é itálica, com o lado esquerdo mais baixo que o direito. Essa escrita é lida da direita para a esquerda, do alto para baixo e não possui pontuação ou parágrafos. Atualmente, existem cerca de 1200 palavras, mas usualmente utilizam-se apenas 800.

Segundo foi informado, a escrita feminina procede de uma sociedade de clãs femininos e é considerada a única escrita sexual da humanidade. Ao longo de mil anos, ela foi transmitida nas áreas próximas ao distrito de Jiangyong, em Hunan, e só as mulheres podem entendê-la. Essa arte pôde registrar a vida familiar, as artes femininas e todos os assuntos sociais que envolvem as mulheres da região. Também é a escrita mais antiga do mundo, considerada como tesouro da cultura mundial. Além disso, possui valor científico para investigações e estudos.

Na década de 80 do século passado quando foi descoberta, a escrita feminina despertou grande atenção de toda a sociedade. Com o objetivo de preservar esta escrita exclusiva das mulheres, o governo local do distrito de Jiangyong indicou cinco mulheres como propagadoras dessa escrita. Entretanto, no dia 20 de Setembro do ano passado ocorreu o falecimento da última propagadora, fazendo com que mais uma vez essa arte atraísse mais uma vez atenção do público. A sua condição tornou-se muito preocupante.   

Nesta única escola de escrita feminina do mundo, existem cerca de 30 alunas de idades variadas. Segundo a professora, atualmente são poucas as conhecedoras e interessadas neste tipo de escrita. As mulheres vêm à escola aos fins-de-semana e esperam contribuir com seus próprios esforços para preservar esta cultura tradicional.

Os empregados da escola expuseram que a escrita feminina é transmitida de mãe para filha. Como essa arte registrou a vida cotidiana incluindo os pensamentos de várias mulheres, depois de morrerem, os registros foram queimados ou foram enterrados nos rituais funerários. Dessa maneira, as obras são raramente preservadas. Devido às condições especiais necessárias para escreve-la, o número de aprendizes está diminuindo a cada dia. Espera-se que a escrita feminina possa ser tombada o mais cedo possível como patrimônio cultural intangível da humanidade a fim de, preserva-la adequadamente.