Para um desenvolvimento mais rápido da zona entre Macau, Hong Kong e Zhuhai, a zona do monumento do Arco do Oriente foi confirmada como o ponto de acesso do território à ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai, cuja construção deverá arrancar ainda este ano
Depois de um longo processo de estudo e análise, o grupo de trabalho que se tem debruçado sobre o projecto da ponte que ligará Hong Kong, Macau e Zhuhai já determinou com exactidão os locais de acesso à mega-infraestrutura, noticiou ontem o "China Daily". De acordo com o jornal estatal chinês, as zonas de San Shek Wan, em Hong Kong, Gongbei, em Zhuhai, e Arco do Oriente, na RAEM, serão os pontos de ligação a uma ponte que se espera vir a impulsionar ainda mais a já forte economia regional.
Com uma extensão de cerca de 29 quilómetros, e um traçado em "Y" que exclui uma eventual ligação a Shenzhen, a ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai deverá começar a ser construída ainda este ano, prevendo-se que esteja concluída em 2011 e envolva um investimento de cerca de 31,5 mil milhões de yuans.
Em declarações anteriores, Sarah Liao, Secretária para o Ambiente, Transportes e Obras do Executivo de Hong Kong, adiantou que o sector privado desempenhará um "papel primordial" na construção da ponte.
Quando a ponte estiver totalmente operacional, a distância entre Hong Kong, Macau e Zhuhai será encurtada de 60 para 30 quilómetros, estimando-se que as viagens entre as duas Regiões Administrativas Especiais não excedam a meia-hora. A mega-infraestrutura facilitará igualmente o acesso a cidades da margem ocidental do Rio das Pérolas como Zhaoqing, Shunde, Foshan ou Jiangmen.
O grupo de trabalho responsável pelo estudo de viabilidade iniciado em 2002, que inclui representantes da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma da China e dos Governos envolvidos no projecto, acredita por isso que a ponte irá contribuir para alterar a estrutura da rede de transportes entre Hong Kong e a zona Oeste do Rio das Pérolas, até agora dependente em grande parte das ligações marítimas.
O crescente nível das relações económicas entre as duas RAE's e a Província de Cantão foi, naturalmente, outro dos argumentos que pesaram na decisão das autoridades chinesas de autorizar a construção da infra-estrutura. Dados estatísticos oficiais divulgados pelo "China Daily" indicam que o volume das importações e exportações entre Cantão e Hong Kong cifrou-se em 74,52 mil milhões de dólares americanos em 2004, mais 25,8 por cento do que em 2003, representando 66,1 por cento do total apurado no Continente chinês.
Só no ano passado, as autoridades provinciais autorizaram cerca de 1.200 residentes permanentes de Hong Kong a explorar actividades comerciais privadas em Cantão, refere ainda o jornal estatal chinês, acrescentando que ao abrigo do acordo CEPA os empresários da antiga colónia britânica beneficiaram ainda na mesma Província da redução ou isenção de tarifas num valor total de 45.36 milhões de yuans, montante que não encontra paralelo em mais nenhuma região do Continente chinês.
A construção da ponte é também vista como mais uma etapa do processo de integração da economia regional, aproximando ainda mais o sector dos serviços e logística de Hong Kong, a indústria manufactureira da Província de Cantão e os sectores do jogo e turismo de Macau.
Para Feng Huizhao, vice-director do Departamento de Coordenação Económica de Cantão, a futura ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai irá ainda evidenciar o sucesso do novo quadro de cooperação instituído na zona do Grande Delta do Rio das Pérolas no domínio da integração económica.
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