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(GMT+08:00) 2005-04-25 09:29:20    
Jiaohe: uma antiga cidade desértica

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A partir do primeiro século a.C., caravanas de camelos carregados de sedas começaram a caminhar pesadamente atravessando as montanhas e desertos do oeste da China e da Ásia. A rota, que depois veio a ser conhecida como Rota da Seda, passa pelo oásis de Turpan, hoje na região autónoma uigur de Xinjiang. A dez quilómetros a oeste de Turpan, a cidade de Jiaohe foi outrora ponto de paragem para as caravanas e uma base militar para defender a rota.

Aparecida no primeiro século da nossa era, no século III, Jiaohe tinha já 7 mil habitantes. O seu tempo áureo foi na dinastia Tang (618-907), quando esta entrou em declínio devido à mudança do clima que se tornava mais seco e as correntes do rio mais escassas e inseguras. O centro cultural da região transferiu-se para a atual cidade de Turpan e Jiaohe foi gradualmente abandonada. Hoje, a cidade permanece erguida, silenciosamente, com os seus muros de adobe, dando uma sensação sinistra e assustadora. A cidade está quase perfeitamente preservada graças ao clima seco, que foi também o responsável pela morte da cidade, permitindo-nos observar as construções desta velha cidade.

Jiaohe, que significa confluência de rios, também chamada Yarbu. Foi construída numa ilha pequena situada entre dois rios alimentados pela neve derretida das montanhas Tianshan. A ilha ergue-se abruptamente vinte a trinta metros sobre o rio.

A boa localização fez do lugar uma fortaleza natural, à qual não era sequer necessária uma muralha. Nos tempos antigos da dinastia Han do Oeste (206 a.C.-24) mil tropas e camponeses estacionados neste posto a explorar as terras do Oeste foram atacados por uma grande cavalaria dos xiongnu (hun). Os militares retiraram para a cidade de Jiaohe e devido à favorável localização da ilha conseguiram defender a cidade.

A única saída da cidade é uma porta que já não existe no sul da ilha. Encontra-se ainda uma porta pequena do leste por onde os habitantes da cidade iam buscar água ao rio. O visitante pode ver ainda uma passagem na margem íngreme do rio e uma escada de vinte metros que a ele conduz.

A cidade de Jiaohe foi abandonada há cerca de quatrocentos anos, mas as suas ruas, passagens e pátios estão ainda bem preservadas. As construções concentram-se na parte sul da ilha, estendendo-se mil metros do sul para norte e cerca de 300 metros de leste para oeste, ocupando dois terços da área da ilha.

Ao entrar pela passagem onde se erguia a porta do sul, pode ver-se um edifício alto. A torre, que foi construída no cimo da plataforma, desapareceu, mas pelas grutas cavadas na sua base, é evidente que foi uma fortificação em defesa da porta do sul, com uma torre de observação no topo e barracas para as tropas em baixo. A norte, uma rua de dez metros de largura conduz ao maior templo budista da cidade, a 350 metros de distância. Ao meio desta rua principal, abre-se outra rua, um pouco mais estreita, do leste para oeste, que se dirige para a porta do leste.

As duas ruas dividem a cidade em três seções. A oeste da rua principal estão os mosteiros e templos, grandes e pequenos, quase todos cercados por muros, ns salas principais de alguns destes há ainda vestígios de altares e um pilar central dum pagode.

A seção sudeste parece ter sido reservada para as instituições governamentais e mansões dos oficiais, pelo que as construções são altas e espaçosas e os pátios relativamente largos. O povo ordinário aparentemente vivia na seção nordeste, onde as casas são mais pequenas.

A estrutura da cidade tem caraterísticas idênticas com outras cidades antigas da China e ao mesmo tempo possui também traços únicos. Grossos e altos muros de adobe levantam-se ao longo das ruas principais. Não existem janelas nem portas nos muros. Os residentes só podem entrar através das ruas laterais. Esta estrutura é típica das cidades chinesas da dinastia Tang o que indica que Jiaohe atingiu a sua prosperidade nesta época, apesar de que se sabe ter sido habitada durante as dinastias Yuan (1271-1368) e Ming (1368-1644).

Uma das caraterísticas particulares da arquitetura de Jiaohe é que os pátios eram escavados abaixo da superfície da terra e os quartos escavados de ambos os lados do pátio. Frescas no verão e quentes no inverno, estas casas eram práticas e económicas. As ruas são também escavadas a um nível inferior ao da superfície da terra. Os muros ao longo das estradas são de fato, terras ali deixadas. Alguns muros foram construídos pela aplicação de terra batida entre tábuas fixadas sobre os muros.

A terra foi o principal material de construção. O telhado das casas é fundamentalmente apoiado por muros de terra. Não se utilizavam pilares. Mesmo as construções de vários andares, que existem em grande número, não se construíram com tijolos ou lajes. A madeira foi raramente usada, à excepção das portas, janelas, pavimentos e vigas. Estas caraterísticas da arquitectura, obviamente resultado dum clima seco e escassez de madeira, mantêm-se nas construções locais até hoje.

A construção da cidade deve ter começado durante a dinastia Han do Oeste. Mas antes de ser abandonada, a população desta cidade migrou para Turpan que se tornou o centro político e económico da região e os habitantes de Jiaohe descobriram cada vez mais inconveniências vivendo e trabalhando nesta cidade perdida no deserto. A vitalidade esgotava-se quietamente desta cidade com 1500 anos de história. Poucas cidades antigas estão tão bem preservadas quanto Jiaohe, parcialmente divido ao clima seco e parcialmente pelo seu isolamento. O povo local raramente visita este lugar a não ser em viagens especiais.

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