Beijing promoveu entre os dias 13 e 15 de abril o Simpósio Internacional sobre Escos e participação societária entre a China, Brasil e Índia. O evento foi patrocinado pela Fundação das Nações Unidas (UNF), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) e o Banco Mundial. O workshop na China encerrou o ciclo de eventos deste segmento do setor energético, precedidos pelos encontros anteriores promovidos na Índia (2002) e no Brasil (2003).

Para os participantes, as relações existentes no setor entre as maiores economias emergentes do planeta abrem muitas oportunidades. Entre elas, estão os programas voltados para a eficiência energética. O workshop realizado nesta Capital, por exemplo, concentrou suas atenções no desenvolvimento de mecanismos de financiamento voltados para tais empreendimentos.

A busca da eficiência energética é apontada como essencial para a continuidade do ritmo de expansão econômica de países emergentes que vem apresentando altas e consecutivas taxas de crescimento como China e Índia.

Porém, o serviço da economia de energia ainda é um novo setor para a China. Pois, no país, o setor era sustentado pelo governo, e não existia um mecanismo de mercado.

Sheng Longhai, diretor da recém-criada Associação de Serviços de Conservação de Energia(Emca, sigla em inglês), que foi responsável pela exploração e economia de energia da então Comissão Estatal de Cooperação Econômicia e Comércio com o Exterior da China, testemunhou o desenvolvimento do setor do país.

Segundo ele, este segmento tem contado com o apoio do governo chinês. Desde os anos 80, registrou-se carência de energias elétrica, de petróleo e carvão. Shen Longhai disse: (Fala de Shen)

"Naquele período, o Conselho de Estado chinês promoveu 6 reuniões especiais, formulando o princípio da economia de energias é prioridade, em relação a sua exploração, o qual deu efeitos positivos até final do século passado."

Porém, entrando na nova era, com a grande expansão econômica, a procura por energias é cada dia maior. Além disso, o fato de que o método do crescimento econômico do país se caratcteriza por altos investimentos, alto consumo de energia e alta poluição, assim como a crescente preocupação com o impacto ambiental, evidenciam as contradições da oferta e demanda energéticas, especialmente perante a meta de quadruplicar a economia em 2020. Portanto, foi proposto plano de desenvolvimento da economia circulatória.

Para Shen Longhai, estamos entrando na Primavera em termos da economia de energia. Ele falou:

"Primeiro, o governo está dobrando seus esforços neste aspecto, tendo elaborado, no ano passado, o Programa Específico para Economia de Energia de Longo e Médio Prazo, o qual é o primeiro do gênero na China."

Segundo, a subida do preço do petróleo que varia entre US$50 e US$60 por brril, contribui para elevar a consciência da economia de energia

Terceiro, o mecanismo de Contrato de Perfomance (EPC, sigla em inglês)- um modelo baseado no mercado está se divulgando no país, com o apoio do Banco Mundial. Isso também é o foco desta edição de Workshop.

Shen acrescentou que para introduzir o mecanismo, requer uma instituição de intermediação, nesta circunstância, foi criada em abril do ano passado a Emca. A missão da Emca é expandir o serviço da economia de energia, através de surgimento de mais e mais Empresas de Conservação de Energia (Escos, sigla em inglês).

Em relação às cooperações entre a China, Brasil e Índia neste aspecto, Shen salientou que através das três edições de Workshop, os três países trocam suas idéias e experiências acumuladas neste processo, especialmente no financiamento. Ele falou que Brasil e Índia têm vantagens em financiamentos pelos bancos e consciência de sua população sobre a economia de energias, e que podemos aprender com eles neste aspecto.