O tecido mucoso dos carrilhos de uma pessoa indica o lugar de procedência de seus antepassados e quando se trasladaram a lugar de residência atual desta pessoa. Neste projeto de investigação ambicioso de cinco anos de duração, está trabalhando uma equipe internacional de cientistas.
Os cientistas chineses têm tomado parte no projeto recolhendo amostras de ADN de mais de 100.000 pessoas.
A Universidade Fudan da China anunciou dia 19 sua participação no Projeto Genográfico lançado na semana passada pela Sociedade Geográfica Nacional dos Estados Unidos e a IBM. A universidade em Shanghai, um dos dez centros de investigação mais importante do mundo, está encarregada de analisar todas as amostras de ADN recolhidas na China e ajudar a coordenar o projeto neste país e no Sudeste da Ásia.
Lu Daru, antropólogo do Instituto de Ciências da Vida da universidade, que descreveu a história da migração humana como uma grande árvore e cada amostra de ADN recolhida como uma folha, assinalou que "esta árvore está arraigada na África e os cientistas vão a averiguar a que ramo pertence cada folha".
Lu informou que a recolha de amostras de ADN se realizará em grandes cidades, grupos étnicos e tribas. Para garantizar a pureza e representatividade nas amostras recolhidas das comunidades indígenas, os cientistas só tomarão amostras daquelas pessoas cujos pais, avôs e bisavôs pertençam ao mesmo grupo étnico.
Em certas regiões chinesas se animará aos habitantes a adquirir um utensílio com que poderão tomar amostras do tecido mucoso, o que permitirá a eles saber algo mais sobre seus antepassados e contribuir para a investigação.
Os marcadores genéticos das amostras de ADN oferecerão os indicadores mais fiáveis da linhagem humana compartida e poderiam ajudar aos genetistas a entender melhor as migrações humanas desde sua terra natal africana, opinou Lu.
"O objetivo é criar o maior banco de dados sobre informação genética humana, uma virtual árvore familiar das conexões genéticas entre seres humanos", disse.
Spencer Wells, diretor geral do projeto, indicou que desta forma se completará um vacuo no conhecimento sobre a história da Humanidade.
Genetistas da Austrália, Estados Undos, Brasil, França, Líbano, África do Sul, Reino Unido, Rússia e Índia participam também no projeto, segundo informou a Sociedade Geográfica Nacional dos Estados Unidos.
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