Desde 1840, as relíquias começaram a sair da China na mesma proporção que o país se popularizava no ocidente. Mesmo agora, muitos anos depois desses objetos se espalharem pelo mundo, as pessoas imaginam se poderiam ser localizados e recuperados. O governo juntamente com outras ONG´s esforça-se para promover essa recuperação, julgando-a de grande importância para o povo chinês.

De acordo com Luo Zhewen, presidente da Sociedade Estatal de Relíquias Culturais, esses objetos podem ser divididos em três categorias. O primeiro tipo é aqueles que foram presentes para outros países, uma prática muito comum após a dinastia Tang. O segundo grupo é aqueles utilizados como intercâmbio cultural. Por último, temos aqueles que foram levados do país através de práticas ilegais como roubo, furto e contrabando.

Nos últimos anos a qualidade de vida da população elevou-se, fazendo com que o país adquirisse maior força como nação. Consequentemente, o governo possui maior poder de barganha para resgatar essas relíquias. Ao mesmo tempo, vemos um movimento semelhante em outros países em desenvolvimento.

O Fundo Especial para Recuperação de Relíquias Perdidas no Exterior da Fundação de Desenvolvimento Sócio-Cultural da China foi estabelecido em 2002. Conta com o apoio de profissionais e empresas do segmento.

"Essas relíquias culturais são testemunhas da história e preciosos tesouros culturais. As suas perdas causam um vazio no estudo da História. Mais que isso, para o povo chinês, a perda dessas relíquias culturais representa uma longa história de invasões e insultos. Recuperá-las portanto, proporcionará um sentimento patriótico nessas pessoas," afirmou Zhang Yongnianm, diretor desse fundo.

Apesar da instituição não medir esforços para recuperar essas relíquias, uma vez catalogadas em museus internacionais, fica muito difícil fazer com que retornem para a China. Dessa maneira, a obtenção desses artefatos está focada em colecionadores ou proprietários particulares.

Há três maneiras do fundo reaver uma relíquia. A primeira delas é através de doações; organizações ou pessoas que compram esses objetivos e depois o doam para o governo. A segunda maneira é comprar diretamente essas relíquias com dinheiro do próprio fundo. Nesse contexto, é possível comprar aquelas relíquias pertencentes a colecionadores internacionais, que compraram legalmente de outros colecionadores, já que antes da fundação da RPC não havia restrições sobre a exportação desses produtos.

A terceira maneira é exigir o retorno das relíquias roubadas durante as invasões de países ocidentais na China do século XIX. Entretanto, esta é a maneira mais difícil já que até o momento não apresentou nenhum caso de sucesso.

"Nós respeitamos o proprietário de relíquias culturais que as mantiverem em segurança. Entretanto, se estiverem dispostos a vendê-los na China, serão recompensados de acordo com o valor estimado de cada artefato", afirmou Zhang.