A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu ontem (10) uma nova circular sobre a epidemia de Marburg. As autoridades registraram 215 casos da febre hemorrágica, com 193 mortes. O vírus Marburg está se alastrando e o número de mortes continua aumentando. Diante das mortíferas ameaças, as províncias angolanas estão sendo mobilizadas para combater a epidemia, com ajuda da comunidade internacional.
Além da província de Uige, fonte da epidemia, o vírus Marburg foi detectado na terça parte do país. A circular do Ministério de Saúde de Angola assinala, no entanto, que todos os pacientes foram contaminados em Uige. O Ministério de Saúde de Angola enfatiza a necessidade de controlar a expansão do vírus Marburg. Foram estabelecidas zonas de quarentena nas principais rodovias de Uige, a fim de impedir a saída de possíveis transmissores.
O vírus Marburg é transmitido por contatos pessoais. O doente apresenta sintomas como diarréia, vômitos, dores no peito, pulmões, garganta e depois sofre febre hemorrágica.
Também criados centros de quarentena em Luanda e nas províncias de Cabinda, Malanje, Zaire, Kuanza do Sul e Kuanza do Norte. Vários hospitais especiais destinados aos pacientes e suspeitos de portarem o vírus foram criados.
O vírus Marburg surgiu na primeira dezena de outubro do ano passado na província de Uige, norte de Angola. No princípio de março deste ano, um médico estrangeiro e uma enfermeira morreram no hospital provincial de Uige, despertando a atenção das autoridades angolanas. No fim de março, as análises químicas do laboratório do Senegal e dos Estados Unidos em Atlanta identificaram o vírus Marburg. O número, entretanto, chegava a 100 mortos.
No dia 6 de abril, o Parlamento Nacional de Angola realizou uma reunião especial, sugerindo que o governo adotasse medidas para conter o alastramento da epidemia. No fim da semana passada, o escritório de coordenação permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) em Angola conclamou a comunidade internacional a ajudar Luanda a combater a epidemia. O Ministério de Saúde de Angola, as equipes de assistência médica do exercito angolano, a OMS e os Médicos sem Fronteira estão na linha de frente de combate contra o vírus.
A guerra civil e suas graves conseqüências, o abalo da infra-estrutura sanitária, transportes e de telecomunicações, o atraso dos equipamentos de assistência médica, a falta dos médicos e enfermeiras, a baixa consciência dos habitantes em relação aos métodos de prevenção torna a luta muito difícil. Porém contando com a ativa ajuda da comunidade internacional, o governo e o povo de Angola estão se esforçando para controlar a expansão da epidemia.
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