A acrobacia da China tem cerca de três mil anos de história, e é uma das mais antigas artes de representação do mundo. Estreitamente ligada na sua origem à vida diária do povo, os existentes materiais e dados, registros antigos, pinturas, frescos nas grutas budistas, esculturas em pedra e tijolos, figuras e cenas de cerâmica descobertas nas tumbas antigas, descrevem-nos o que era a acrobacia antiga.
Muitos espetáculos acrobáticos desenvolveram-se com base em instrumentos de produção e trabalho, e na habilidade e técnica das artes marciais, que eram representadas nos festivais como entretenimento e demonstração da capacidade do artesão, caçador ou guerreiro.
Durante o período da Primavera e Outono (-770 a -476), a acrobacia tornou-se gradualmente numa arte independente. Um registro antigo diz que nessa época, "Lan Zi andava sobre andas mais altas do que a sua altura e fazia movimentos acrobáticos e malabarismo com sete espadas. A sua arte foi muito apreciada pelo próprio rei que lhe deu uma grande fortuna."
A acrobacia chinesa obteve grande desenvolvimento nos séculos VII a X e tornou-se espetáculo indispensável nos recreios palacianos. No famoso Viagem da Dama do Reino Song, fresco das grutas de Dunhuang, da dinastia Tang, vêem-se representações de acrobacia, danças, cantos e montaria, que formam um desfile de diversões festivas. Um acrobata sustenta na cabeça uma vara comprida, e sobre ela, quatro homens executam movimentos acrobáticos.
Durante a dinastia Song (960-1279) existia um tipo de circo popular, ao ar livre, nas feiras, onde se demarcavam áreas e levantavam tendas ou cercas de tela. Nas dinastias Ming e Qing (1368-1911), a acrobacia assimilou as artes de diversas nacionalidades e enriqueceu grandemente o seu repertório. Durante este período, a acrobacia chinesa atravessou uma fase nova de desenvolvimento que influenciou muito a arte da Ópera de Beijing.
Mas durante toda a sociedade antiga, eram saltimbancos os acrobatas. Viviam na miséria, e a sua posição social era semelhante à dos pedintes e vagabundos, e muitos abandonaram a profissão, perdendo-se assim muitos dos repertórios tradicionais.
Nas últimas décadas, a acrobacia passou da rua para os teatros e circos. Reconhecida, ascendeu ao estatuto de arte e tornou-se objeto de estudo e atenção.
O primeiro Conjunto de Acrobacia da China foi organizado em 1950, posteriormente, tendo surgido muitos outros conjuntos acrobáticos, de província, municípios e prefeitura. Hoje, existem mais de 120 conjuntos acrobáticos profissionais com mais de dez mil acrobatas, e muito mais grupos acrobáticos amadores, de fábricas e aldeias, e que constituem uma contingente de reserva para os conjuntos profissionais.
Os acrobatas desenvolveram as técnicas tradicionais e criaram novos números, combinando dança e ginástica, música e cenografia, enriquecendo grandemente esta arte antiga e dando-lhe mova fisionomia.
Em 1981, foi fundada a Associação dos Acrobatas da China, que promove a criação artística da acrobacia, sua representação, estudo e intercâmbios com o estrangeiro. A acrobacia chinesa ganhou repetidas vezes medalhas de ouro em competições internacionais ao longo dos anos, sendo calorosamente acolhida pelo público de diversos povos do mundo.
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