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(GMT+08:00) 2005-03-29 10:31:55    
O imperador mendigo e a sua imperatriz

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A história de Zhu Yuanzhang, imperador mendigo que fundou a grande dinastia ming, é muito popular entre o povo chinês. Zhu (1328-1398) era filho dum camponês, rendeiro na província de Anhui. Aos dezessete anos, ficou órfão quando os seus pais morreram de peste. Trabalhou como pastor e depois se converteu em monge e entrou num templo budista, onde, pelo menos, receberia a educação e aprenderia a pensar. Formou assim hábitos que o ajudaram muito posteriormente. Mas, devido à fome, os monges dispersaram-se, e Zhu passou a viver de esmolas, situação que durou alguns anos.

Isto ocorreu justamente no fim da dinastia Yuan. O povo debatia-se sob a dominação mongol e opressão e exploração cruel dos senhores das terras. Surgiram revoltas camponesas aqui e ali, tomando pouco a pouco lugares estratégicos das mãos dos yuan. Um dos grupos rebeldes era conhecido com "Turbantes Vermelhos". Em 1352, Zhu, que tinha vinte e cinco anos, alistou-se numa revolta camponesa sob o comando de Guo Zixing, que recrutara muitos adeptos na província de Anhui. Inteligentes e hábil, Zhu passou logo a líder, homem de confiança de Guo, que acabou por concordar em casá-lo com a sua filha adotiva, após muita insistência da esposa.

Depois da morte de Guo, Zhu tomou conta do exêrcito. Em 1356, atravessou o rio Changjiang, apoderou-se da cidade de Nanjing e formou o seu governo a fim de pôr termo à dominação mongol. Aceitando o conselho dum erudito confucionista "erguer muralhas altas, preservar amplamente cereais e adiar a tomada do poder", Zhu desenvolveu a produção e acabou por conquistar o Sul inteiro através de alianças e combates. Em 1367, conduziu a expedição ao Norte e um ano depois quando o seu exército estava preste a tomar Dadu (hoje Beijing), a capital da dinastia Yuan, nomeou-se o próprio imperador da dinastia Ming (luz) com Nanjing como capital.

Corriam diversas lendas fascinantes, baseadas em superstições, que diziam que Zhu nascera para governar apesar de ser uma pessoa ordinária. Costumava-se dizer que na noite em que nasceu, o céu sobre sua casa ficou tão vermelho que a vizinhança pensava que fosse um incêndio.

Paralelamente, a esposa de Zhu, a imperatriz Ma, merece uma especial menção. Nunca dirigiu, como Fu Hao, esposa dum imperado da dinastia Shang, um exército de mil soldados para expandir o território do marido, mas Ma foi uma ajudante eficaz de Zhu.

O seu verdadeiro pai era abastado, mas por ser demasiado generoso para com os "bandidos da floresta verde", outro grupo de rebeldes da época, viu-se obrigado a abandonar a casa, tendo deixado a filho ao cuidado do seu amigo íntimo Guo Zixing. Ma ganhou assim o afeto do casal Guo, a que era muito dedicada, obediente e atenciosa.

A posição privilegiada de Zhu Yuanzhang desagradou aos dois filhos de Guo, que falavam mal dele perante o pai, homem extremamente desconfiado, que mandou pretender por se ter oposto a ele certa vez numa reunião militar. Os filhos dele proibiram então o cozinheiro de lhe dar comida. Ao saber disso, Ma foi secretamente à cozinha buscar de comer para ele. De volta, encontrou-se com a mãe e escondeu apressadamente a comida dentro do vestido. A mãe viu-a esconder algo e exigiu-lhe a verdade, e contou tudo ao marido, que ordenou que libertasse Zhu após ter percebido que o tratara injustamente.

As tropas de Zhu eram muito disciplinadas e nunca pilhavam, como muitas outras tropas faziam. Conseguintemente, Zhu não podia dar ao sogro presentes. Este começou a despeitar que Zhu guardava o produto do saque. Preocupada com o mal-entendido, Ma propôs-se dar ao pai as suas jóias. Só depois de a mãe ter esclarecido tudo, o antagonismo entre o sogro e o genro se dissipou.

Uma vez, as tropas de Zhu foram atacadas por outros rebeldes camponeses, após a conquista de Nanjing. Toda a cidade entrou em pânico. Muita gente começou a enterrar o dinheiro e valores, e os especuladores armazenavam cereais. A confusão afetou o moral dos soldados de Zhu. Neste momento crítico, Ma distribuiu oiro, seda e algodão entre oficiais e soldados do marido, que lutaram heroicamente e protegeram a cidade. Ela não recebeu muita instrução quando criança. Mas conseguiu que os ajudantes do marido a ensinassem. Zhu costumava tomas notas que se perdiam amiúde, e Ma convenceu-o a entregar-lhas, arquivando-as por ordem de prioridade.

Após a sua subida ao trono, Zhu elogiava-a com freqüência perante os seus ministros, e ela respondia sempre: Não sou uma mulher talentosa. A minha única esperança é que não esqueça os nossos dias miseráveis nem os duros anos que viveu com os seus homens."

Em 1382, a imperatriz Ma adoeceu gravemente, com medo de que o marido irado ordenasse que matassem o médico se ele não a curasse, ela recusou-se a receber qualquer médico. Morreu aos cinqüenta e um anos, e Zhu nunca mais designou nova imperatriz.

Zhu, nos últimos anos da sua vida, tornou-se doentiamente desconfiado e fez matar muitas boas pessoas, que considerava traidores. Teria sido menor o número das vítimas da sua desconfiança se Ma tivesse vivido mais tempo?

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