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(GMT+08:00) 2005-03-25 11:05:53    
Qin Dahe: Agarrar bem sua oportunidade(1)

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Qin Dahe nasceu em janeiro de 1947 em Lanzhou, província de Gansu. É o primeiro chinês a atravessar a pé a Antártica. Membro da Academia de Ciências da China, membro da Academia do Terceiro Mundo, doutor em geografia e especialista em glaciologia, representante permanente chinês junto à Organização Mundial de Meteorologia, é agora o diretor da Administração Estatal da Meteorologia da China. 

No dia 17 de fevereiro, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo.

Jornalista - Na China, ao referir-se ao nome Qin Dahe, é necessário falar da Antártica. Antes de vir, li seu diário Atravessando a Antártica. Os seus artigos enviados do mundo de gelo se caracterizam pela simplicidade da linguagem. O seu diário são "registros" e quase não vi nele "descrições emocionais". Acho estranho. Por exemplo, no diário do dia 12 de dezembro de 1989, quando da chegada da equipe de expedição na Antártica, não há as palavras tais como "emoção", "orgulho". Qual foi o seu sentimento real naquele momento?

Qin Dahe: Fiquei emocionado. Na realidade, não foi fácil para a China, que é afinal de conta um país em desenvolvimento. Mas, naquele momento, nossa tarefa foi a investigação científica e o importante foi como coletarmos mais dados necessários.

Jornalista: Para a grande maioria das pessoas, ao ouvir a palavra "pesquisa" pensam sempre em laboratórios, testes, dados e dissertações. Poderia apresentar a nossos leitores porque é preciso realizar uma expedição a pé cruzando toda Antártica?

Qin Dahe: A Antártica é um mundo de neve e gelo. Na formação da crosta de gelo, registraram-se muitos detalhes sobre as mudanças do ambiente e do clima da Terra. Na expedição a pé da Antártica, podemos observar a topografia do continente antártico, a formação da camada de gelo, acumulação superficial de neve, assim como a densidade e outros dados detalhados da neve. E podemos coletar amostras ao longo do caminho. Em todas as latitudes, cavamos a terra a uma profundidade de cerca de dois metros para coletar amostras. Estes são dados preciosos de primeira mão para nossa investigação.

Jornalista: Dizem que na Antártica faz muito frio. Frio até que ponto?

Qin Dahe: A temperatura mais baixa que enfrentei foi de 49,5 graus negativos externa e 39,5 graus negativos no interior de nossa tenda. Quando caminhamos, o suor tornava-se gelo e ficava dependurado no agasalho. Por isso, diariamente, quando tirávamos o agasalho, recolhíamos, sempre, uma pequena bacia de gelo.

Jornalista: Gostaria de saber como é o céu e a terra na Antártica?

Qin Dahe: É inesquecível para mim o pôr-do-sol da Antártida. Os crepúsculos vespertinos são coloridos. Lindíssimos. É difícil descrevê-los. E a terra é um mundo prateado sem fim. Belíssimo.

Jornalista: Na foto, você parece mais magro naquele tempo. 

Qin Dahe: Muito magro. Caminhamos durante 220 dias e realizamos muitos trabalhos de campo. Quando partimos, tinha 75 quilos e quando voltamos, tinha apenas 59 quilos. O frio, o cansaço...até os cachorros que puxavam trenós para transportar equipamentos e alimentos emagreciam muito. Que dizer de nós, então!

Jornalista: Ouvi dizer que no treinamento nos Estados Unidos antes da expedição, você pediu para extrair dez dentes para participar da expedição?

Qin Dahe: Soube isso? Na Antártica, não há condições médicas e o calor vem da alimentação. Qualquer problema com a dentição se constitui numa ameaça à vida. Os meus dentes não eram bons. Como prevenção, um médico americano sugeriu-me extrair os dentes "problemáticos". Assim, eles foram tirados.

Jornalista: Você parece estar falando de um assunto corriqueiro. Mas para muitas pessoas, isso é inimaginável.

Qin Dahe: É nossa profissão. Antes dos 48 anos, trabalhava seguindo um itinerário diário da porta do escritório à porta do laboratório e, depois, até a porta de casa novamente. Por isso, fui apelidado de "pessoa de três portas".

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