Segundo o último número da revista semanal "Mirador", Li Peilin, encarregado da redação do relatório de investigação, assinalou que no ano passado, os recursos sócio-econômicos da China estão orientados, com o objetivo de uma disposição racional, em prol do desenvolvimento integral, coordenado e duradouro. Ao mesmo tempo, alguns problemas sociais se tornaram sumamente graves. Algumas particularidades do país, que não se observam em outros países e regiões em sua experiência de desenvolvimento, devem chamar-nos alta atenção.

- A perda de terras por parte dos camponeses agravou as contradições sociais. No atual processo de industrialização e urbanização, as condições dos camponeses que perderam suas terras constituem um sério problema social. Em 2004, aumentaram-se notavelmente as queixas do povo ante os organismos superiores e uma parte considerável das quais foram apresentadas pelos camponeses que perderam suas terras, mas não receberam tratos apropriados e indemnizações justas. Segundo um cálculo conservador, atualmente, uns 40 milhões de camponeses do país perderam suas terras. Este fenômeno provocou contradições e litígios sociais por diversas causas. A causa mais importante é que a legislação para a requisição de terras fica atrasada em relação com o desenvolvimento, o que deu origem a uma indemnização insuficiente para acomodar aos camponeses que perderam suas terras.

- Foi ampliada a brecha de ingressos. Segundo uma pesquisa realizada em 2004 sobre 50 famílias urbanas e rurais em todo o país, o grupo de pessoal que tem um ingresso mais alto, que representa 10% dos pesquisados, dispõe per cápita de 13.322 yuans na primeira metade do ano, o que representa 2,8 vezes maior à cifra média do país. Enquanto isso, o grupo com o ingresso mais baixo, que representa outros 10% dos pesquisados, só dispõe per cápita de 1397 yuans, o que representa apenas 29% da cifra média.

- A colocação da mão de obra ainda constitui uma dificuldade de longo prazo. A julgar a demanda e a oferta da mão de obra no mercado, os novos trabalhadores nas zonas urbanas e rurais, junto com os atuais deslocados, somam 24 milhões por ano. Porém, os novos empregos criados cada ano só chegam a uns 9 milhões ao máximo. A contradição entre a oferta e a demanda da mão de obra é muito destacada. Além disso, a colocação dos novos universitários formados é outro problema de difícil solução. Em 2004, uns 740 mil universitários formados não conseguiram encontrar emprego.

- A redução da pobreza ainda é uma tarefa pesada no novo século. Nos últimos 25 anos desde o início da reforma e abertura, a população pobre da China descendeu de 250 milhões para 29 milhões, e a taxa de pobreza foi reduzida de 30% para 3%. Atualmente, a China se encontra numa fase crítica para reduzir a pobreza.

- A luta anticorrupção deve enfatizar a reforma das instituições políticas. Para levar a cabo a luta anticorrupção, a China destinou grandes recursos humanos e materiais à verificação disciplinar, supervisão, fiscalização e auditoria. É por isso necessário impulsionar, passo a passo, a reforma das instituições políticas, aperfeiçoar a democracia e a legalidade socialistas, melhorar os procedimentos da nomeação e destituição de quadros, instituir progressivamente o sistema de declaração de bens por parte dos funcionários, assim como o sistema de verificação das propriedades dos funcionários durante sua assunção de cargo.

- O desenvolvimento sustentável do país está seriamente condicionado pelos recursos naturais, como os energéticos e o meio ambiente. É relativamente baixa a disposição per cápita do país dos recursos naturais. O nível da utilização dos recursos naturais é baixo, com graves desperdícios. A destruição do sistema ecológico em algumas regiões está agravando-se e a desertificação das terras aumentam, com o passar do tempo.

- É necessário prestar atenção à mudança da psicologia social na época do crescimento acelerado da economia. Nos últimos anos, foi registrado um crescimento altamente acelerado da economia da China, mas está caindo o nível de contentamento das pessoas de renda baixa. As despesas para a alimentação constituem uns 50-60% de sua renda total, o que afeta diretamente o grau de sua satisfação com a vida. A brecha cada vez maior entre ricos e pobres afeta ainda mais sua atitude e confiança pela sociedade.