A porcelana chinesa tem uma longa tradição, e, a dinastia Song, foi a sua época de ouro. Naquela altura, a porcelana era já um artigo importante de exportação da China para o estrangeiro, e, hoje, nalguns países europeus, asiáticos e africanos, ainda se conservam inúmeros espécimes de porcelana dessa época.
Na dinastia Song existiam cinco famosos fornos de porcelana, nas províncias de Henan, Hebei e Zhejiang, entre os quais, o de Ruyao era o primeiro e o melhor. Nos últimos cinqüenta anos, os arqueólogos procuraram localizar a sua posição exata, mas, sem sucesso, até que, em Outubro de 1987, conseguiram descobrir as ruínas deste forno, no distrito, de Baofeng, província de Henan. Foi, para o estudo da história da porcelana da China, uma descoberta de inqualificável valor.
As ruínas do forno Ruyao localizam-se na aldeia Qingliangsi, do distrito de Baofeng. Os arqueólogos recolheram, em escavações experimentais, numa superfície de apenas duzentos metros quadrados, grande quantidade de dados. Descobriram também uma oficina de trabalho de 5,4 metros de comprimento por 3,4 metros de largura, dois fornos de porcelana de baixa temperatura, de configuração redonda, e 37 preciosas peças de fina porcelana, das destinadas ao uso exclusivo de imperador.
Uma jarra particularmente, de cor azul e vermelha, admirou os arqueólogos, que a consideram, pela sua forma, rara na dinastia Song.
A aldeia Qingliangsi possui matérias-primas abundantes para o fabrico de porcelana, como a ágata, argila e quartzo. Os arqueólogos descobriram ruínas da mina de ágata em Heilaogua, a meio quilômetro a sudeste da aldeia Qingliangs, e ali constaram existir ágata vermelha, amarela, preta e branca.
Originalmente, o forno Ruyao produzia só porcelana de uso diário para o povo, mas, mais tarde, em 1107, fio controlado pelas autoridades locais e começou a produzir porcelana destinada à corte, posteriormente, tornando-se num forno especial que cozia apenas para o palácio imperial. Os materiais usados no revestimento interior da porcelana eram finos, de cor branca.
O esmalte era misturado com ágata, apresentando cores do preto avermelhado, ao azul e preto-rosa. Como os solos contêm também bronze, a superfície da peça apresentava um tom avermelhado à luz do sol, importante marca da porcelana do forno Ruyao. Devido à bonita superfície e a serem utilizadas só pelo imperador, as peças de porcelana do forno Ruyao eram raramente procuradas, em comparação com as peças dos outros famosos fornos da dinastia Song. Atualmente, no mundo, só existem 70 desenhos diferentes, de peças deste forno Ruyao, respetivamente em Beijing, Shanghai, Taiwan, Inglaterra e Estados Unidos.
Estas escavações das ruínas de Ruyao puseram a descoberto apenas uma pequena parte dos fornos, a maior parte ainda se encontra por desenterrar. O trabalho será, no entanto, em breve concluído, e os segredos de Ruyao patenteados ao mundo.
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