A China deve enfrentar um déficit estimado entre 20 e 25 bilhões de Kilowates de energia elétrica em 2005, apesar da rápida elevação de sua capacidade instalada para 510,7 milhões de Kilowats. A avaliação é de Wang Yonggan, secretário geral do Conselho de Eletricidade da China, que previu um aumento de 15,88% na capacidade contra um crescimento de 13% na demanda.
Para Wang, é pouco provável que todas as unidades geradoras de eletricidade possam manter o seu pleno funcionamento devido ao limites na oferta de carvão, petróleo e água, assim como os impactos provocados ao setor pelas calamidades naturais. Conforme sua avaliação, o Leste, a região mais avançada economicamente da China, será a área mais atingida do país.
Segundo os dados do Conselho, o consumo de eletricidade da China alcançou 2,17 bilhões de kilowates/hora em 2004, mais 14,9% frente ao ano anterior. O desempenho manteve a trajetória de déficit no abastecimento de energia observada desde os anos 90 e atingiu 27 províncias, regiões autônomas e municipais centrais do país.
O governo chinês tem elaborado um plano de trabalho destinado a substituir as atuais tarifas de compra de veículos por uso de combustível. Os regulamentos relacionados serão promulgados e aplicados em todo o país num momento adequado, de acordo com um relatório feito pelo Centro de Investigação de Desenvolvimento do país. Na China, é cobrada agora uma tarifa igual de posse de carros de todos os padrões, seja qual for seu consumo de combustível e o tempo real de circulação. A nova política deve provocar a maior aceitação dos veículos de menor consumo no mercado chinês.
A medida pesa decisivamente no consumo de petróleo na China. Em 2004, os chineses consumiram 120 milhões de toneladas de óleo cru, elevando para 40% o nível de sua dependência das importações que complementam uma produção nacional estimada em 174 milhões de toneladas, segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China(CNDR). A medida também se justifica pelo cenário que prevê um consumo 310 milhões de toneladas em 2010 e de 400 milhões em 2020, de acordo com a mesma Comissão.
A crise energética na Chins se deve a seu vigoroso desenvolvimento econômico e poderá ser aliviada em 2006, afirmou Xu Dingming, diretor da Divisão de Energia da Comissão Estatal de Desenvolvimento e Reforma da China. Xu fez tal afirmação numa reunião realizada na cidade de Yichang, na província de Hubei, no centro da China, onde está sendo construída a Hidrelétrica de Três Gargantas (Rio Yangtsé), a maior obra do gênero no mundo.
Segundo ele, de 2001 a 2003, o governo chinês aprovou e iniciou a construção de várias centrais elétricas com uma capacidade instalada de 75,88 milhões de kw, contra obras que proporcionarão 61,1 milhões de kw para este ano. Nos últimos anos, também registrou-se a entrada em operação de várias unidades geradoras com capacidade superior a 15 milhões de Kw anuais e que devem elevar sua capacidade para 51 milhões de kw por ainda neste ano.
Segundo especialistas, com a entrada em funcionamento do sétimo gerador de Três Gargantas, ocorrida em novembro passado, a capacidade instalada do setor energético chinês superou a casa de 400 milhões de kw, alçando o país para o segundo lugar do mundo em termos de capacidade de produção de eletricidade.
Na China, a termoeletricidade, a hidroeletricidade e a energia nuclear são, respectivamente, as três fontes mais importantes do país.
Segundo o Xu, para construir uma sociedade modestamente confortável até 2020, meta estabelecida pelo governo chinês no final do século passado, será necessária uma capacidade instalada para uns 5000 milhões de kw nos próximos 15 anos.
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