"A coleção de obras artísticas será a indústria mais lucrativa", a afirmação foi feita pela revista norte-americana "Fortune" há meio século e se comprova agora na China.
Nos últimos anos, o leilão de coleção de obras artísticas tem sido uma febre, tornou-se o terceiro maior ponto de investimento no mercado de ações e imobiliária. Sem dúvida, o mercado de coleção de obras artísticas da China vive a época de ouro.
Mercado de coleções de objetos de arte é bastante atrativo
Segundo cálculos, na China, o número de colecionadores registrados atingiu cerca de 68 milhões, enquanto o número de colecionadores amadores representa um número ainda maior. A variedade para a coleção é imensa: objetos de bronze, cerâmica, jade, pintura, móveis, moedas, vestuário e adornos, placa com inscrição horizontal, os quatro tesouros do escritório (pincel, tinta da China, tinteiro e papel), livros e documentos da antigüidade chinesa, documentos históricos, relógio, escultura, fotos da época moderna e contemporânea.
As casas de leilão em toda a China obtiveram grandes êxitos, seja no número, seja na qualidade e preço das obras. Em 2004, as casas de leilão obtiveram juntas o volume total de 6,9 bilhões de yuans.
As feiras populares de Beijing e Tianjin atraíram 500 mil colecionadores amadores, nas feiras de antigüidades de Shanghai, Nanjing, Shenyang e Jinan também observou-se grande visitação. O preço dos artigos aumenta constantemente.
Na internet, existem mais de 250 mil sites relacionados a leilões, o que facilitam os colecionadores, rompendo o limite de tempo e espaço. Segundo dados do eBay, um grande site de leilão, a cada dois minutos, é registrada uma obra; a cada minuto, um internauta dá o lance e em cada dois minutos, uma obra é vendida.
Segundo especialistas, em 2004, o volume total das obras de artes no mercado de coleção foi de pelo menos 10 bilhões de yuans, mesmo assim, o mercado ainda possui espaço para maior crescimento. As coleções são grandes e atraentes. Um novo setor com enorme potencial está se formando.
Mercado de obras de arte vive o quarto auge na China
O presidente da Associação de Colecionadores da China, Yan Zhentang, considera que atualmente, o mercado de coleção está bastante dinâmico. O motivo principal consiste no rápido crescimento econômico da China, a grande procura cultural e espiritual do povo e ao aumento do poder aquisitivo.
Há alguns anos atrás, especialistas previram que o quarto auge de coleção na China iria chegar em breve. A história milenar da coleção é marcada por três grandes auges, respectivamente, no final da dinastia Song do Norte, no período do imperador Kang Xi da dinastia Qing e no início da República Nacionalista. As características comuns das três épocas foi o interesse tanto do imperador quanto dos civis por obras de arte e caligrafia e pintura. Observou-se também o aparecimento de obras falsas, bem como de novos resultados de estudo e um alto nível de avaliação e apreciação.
Hoje em dia, a coleção de obras artísticas não só reflete o gosto de colecionadores, como também se torna um meio de investimento. Vendo o impasse na bolsa, os investidores vêm prestando a atenção às obras de artes.. Algumas caligrafias e pinturas de grandes mestres são consideradas como "ações" penduradas na parede. Segundo estatísticas, a taxa de recuperação do investimento das obras de artes é 30%, enquanto a de finanças e imobiliária são respectivamente 15% e 21%.
Num leilão em 2004, um álbum de pinturas tradicionais chinesas criado pelo grande mestre contemporâneo Lu Yanshao foi vendido por 69,3 milhões de yuans, batendo o recorde histórico. Num outro leilão, um empresário do sul comprou um biombo por 15,5 milhões de yuans. Em diversos leilões, mais de 40% dos participantes são negociantes e empresários procedentes de várias regiões, cujos fundos representam mais de 60% do total. A participação dos empresários e pessoas com alto poder aquisitivo promove a prosperidade do mercado de coleção de obras artísticas.
Simultaneamente, revistas e jornais sobre arte tornam-se cada vez mais comuns. O índice de audiência dos programas da CCTV sobre o investimento de obras artísticas também aumentou consideravelmente. Tudo isso contribui para a difusão dos conhecimentos de coleção, desenvolvimento do mercado e ampliação do número de colecionadores. As atividades organizadas por associações de obras de arte e museus e a influência de um grande grupo de figuras famosas, colecionadores amadores também impulsionam o desenvolvimento do setor.
País gigante de coleção necessita lei da coleção
Num fórum de alto nível da cultura e coleção realizado recentemente, especialistas dedicaram atenção ao mercado de obras de arte. Consideraram que para garantir o desenvolvimento sadio do mercado, é preciso a elaboração de uma lei específica o mais rápido possível.
O presidente do Instituto de Patrimônio Cultural da China, Peng Qingyun considerou que o mercado atual é complicado, faltam leis exclusivas e departamentos administrativos, o que não corresponde ao status do grande país com vasta coleção de arte.
Liu Jianye, outro especialista também assinalou que devido a ausência de uma instalação autorizada e de confiança de um critério unificado de avaliação, alguns episódios constrangedores ocorreram: Obras avaliadas por especialistas foram consideradas falsas no leilão, e a venda destas prejudica e confunde os investidores e amadores. Segundo ele, a solução do problema foi a criação de instalações autorizadas de avaliação e de elaboração dos critérios unificados. Como um país com vasta coleção artística, devem promover o desenvolvimento sadio desta indústria através da administração científica e mercantil.
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