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(GMT+08:00) 2005-02-21 08:50:15    
As esculturas em pedra de Shoushan

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Conta a lenda que Nü Wa, a criadora dos seres humanos na mitologia chinesa, se dirigia para um local onde devia reparar uma parte do céu que tinha caído, e, quando parou a meio do caminho para descansar, em Shoushan, a norte da atual Fuzhou, na província de Fujian, adormeceu. Quando acordou, encontrou-se rodeada por um grupo de alegres crianças que cantavam e dançavam. Contente, juntou-se a elas. Os seus ornamentos de pedra refletiam cores lindíssimas, que se transformaram em belas rochas, na montanha.

Qualquer que seja a sua origem, a verdade é que estas pedras multicoloridas começaram a ser utilizadas nas esculturas de Shoushan há quinze séculos. Mais de uma centena de variedade são hoje utilizadas para se esculpirem, ou gravarem, selos, tinteiros chineses, figuras animais e humanas e ornamentos. As que se encontram sob as águas têm a cor da manteiga, as das ravinas têm cores vivas e as do subsolo são transparentes.

Estas últimas são consideradas as melhores. Diz-se que no inverno, a tinta dos selos chineses funde, se estiver gelada e se cobrir com esta pedra, que por vezes custa mais caro do que ouro.

As pedras gravadas de Shoushan apareceram e a sua arte desenvolveu-se rapidamente durante a dinastia Qing (1644-1911). Muitos artistas de talento criaram peças dignas de apreciação, nomeadamente os selos do imperador Qian Long (1711-1799) e o selo da Imperatriz-Mãe Ci Xi (1834-1908). Este último pode ser visto no Museu da Cidade Proibida, em Beijing.

Fuzhou tem hoje uma Fábrica de Escultura Artística, com cerca de um milhar de trabalhadores, sendo as esculturas em pedra de Shoushan o produto principal da fábrica. Existem quase um milhar de variedades dos seus cinco tipos principais, nomeadamente de forma circular, em relevo, o chamado "trabalho aberto", selos e botões em relevo fino, muito delicado.

A parte mais importante do processo de escultura tem lugar muito antes do artesão pegar nas ferramentas. A pedra á longamente apreciada e os seus veios e cores cuidadosamente analisados. Durante este trabalho, o artesão esboça mentalmente ou em desenho o tema da sua escultura e as suas dimensões, que são ditadas pelas caraterísticas particulares de cada pedra. Por isto dizem os velhos artesãos que uma "meditação adequada" sobre a pedra, é metade do sucesso da obra final.

Um artista de alta craveira deve trabalhar sempre de acordo com os requisitos da pedra. Feng Jiuhe, que trabalha na fábrica, por exemplo, escolheu uma vez uma pedra que pesava cerca de cem quilos, para esculpir. Trabalhou nela mentalmente, antes de lhe tocar, durante um mês e meio. Começou depois uma peça a que chamou "Pássaros, flores e frutos." Durante o trabalho manual da escultura, viu-se obrigado a parar inúmeras vezes, para estudar de novo a pedra e alterar os seus planos, pois aqui e ali, as suas ferramentas descobriam novos núcleos cromáticos.

Numa zona de cor vermelha, esculpiu litchi, flores de ameixeira e pervincas. Numa zona branca, magnólia. Numa zona de amarelo, bananas e limões. Uma zona de preto, foi ocupada com uvas, andorinhas e um papagaio. Numa pétala de magnólia, surgiu um pequenino núcleo de cor que transformou numa borboleta. Exemplos como este são comuns.

Entre os mestres escultores da fábrica, encontra-se Guo Gongsen. Começou a sua aprendizagem sob a orientação de artesãos hábeis quando tinha apenas treze anos. O título de artista excelente está ligado ao seu nome quase como uma alcunha. "As montanhas Wuyi", um dos trabalhos de Guo e que hoje se encontra no Museu de Tianjin, é considerado um dos mais belos trabalhos de reprodução paisagística do sudeste chinês. "Os nove dragões que brincam na água" é uma peça plana, de relevo pouco acentuado, com uma particularidade notável, um dos dragões, tem a boca aberta, e dela sai quando se bate ligeiramente na pedra, água.

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