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A China começou a canalizar no dia 17 de janeiro de forma emergencial as águas de diversos afluentes para combater a maré salgada que está afetando o abastecimento de água doce na área do delta do rio das Pérolas. É o primeiro projeto desta envergadura da história chinesa destinado ao combate de problemas ambientais deste tipo.
As obras começaram na estação hidrológica de Tianshengqiao, no rio Xijiang, em afluente do rio das Pérolas, na província de Guizhou, Sudoeste do país. Às oito horas do dia 17 de janeiro, "a estação hidrológica de Tianshengqiao começou a verter 560 metros cúbicos de água por segundo, marcando o início do maior projeto deste tipo no vale do rio, com uma extensão de mais de 1.300 quilômetros entre o Sudoeste e o Sul do país", disse Wang Qiusheng, subdiretor da Comissão de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas.
Não se alimenta a água do rio das Pérolas
A Companhia das Águas de Panyu da cidade de Guangzhou, capital da província do Guangdong, no sul da China, recebeu no dia 8 de janeiro dois relatórios de emergência enviados respectivamente por duas centrais hídricas - as principais da empresa, situadas em Shawan e Dongyong -, informando a presença de um alto índice de cloreto de sódio nas águas, implicando numa nova situação de emergência no abastecimento humano da região após a grande maré salgada que a atingiu em dezembro de 2004. A situação em Panyu, no entanto, é apenas o microcosmo da conjuntura que atinge todo o curso do rio das Pérolas, atingido pela recente maré salgada.
Há dois anos, o vale do rio das Pérolas enfrenta uma grande seca. O volume de suas águas diminuiu e as marés salgadas passaram a invadir o delta do rio, ameaçando diretamente a segurança do abastecimento humano de Macau, Zhuhai, Zhongshan, Jiangmen e Guangzhou, além de causar grandes perdas econômicas e influências sociais. Segundo um relatório divulgado pela Sociedade de Estudos da Astronomia de Guangdong, entre os dias 10 e 14 de janeiro deste ano, ocorreu a maior maré salgada na costa de Guangdong e no vale do rio das Pérolas. No entanto, as suas influências já eram sentidas no dia 8 do mesmo mês em Panyu. A central hídrica de Dongyong, com capacidade de 200 mil toneladas diárias de água, abasteceu a cidade apenas por um breve período naquele dia. Segundo dados coletados na madrugada do dia 9, o índice do cloreto de sódio atingiu 6320 miligramas por litro, muito acima 250 miligramas estabelecido para o consumo humano. Em Shawan, com capacidade de 360 mil toneladas diárias, o índice de cloreto de sódio chegou a 1165 miligramas na madrugada do dia 9, obrigando-a a interromper o fornecimento. (Continua)
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