Dia 28 de dezembro de 2004, a Comissão dos Trabalhos Hídricos do Rio Amarelo, anexa ao Ministério dos Recursos Hídricos da China, anunciou oficialmente que desde 1999 não se observa a interrupção do fluxo do rio Amarelo, apesar da tendência da diminuição do volume de águas ao longo de seu curso. Desta forma, o rio Amarelo tornou-se o primeiro entre os grandes rios do planeta a ter resolvido a questão da interrupção de águas. Leia a terceira parte desta série de reportagens Não Há Interrrupção do Fluxo no Rio Amarelo por Cinco Anos.
Fluxo sem interrupção do rio Amarelo apóia o desenvolvimento sustentável da bacia do rio
A ressurreição do rio Amarelo vem apoiando o desenvolvimento sustentável sócio-econômico do curso do rio. Segundo cálculos, o consumo de água determinado para cada dez mil yuans de PIB, na bacia do rio, baixou de 560 metros cúbicos por dez mil yuans em 1997 para 309 metros cúbicos por dez mil yuans em 2003. Há cinco anos, o PIB do curso do rio e as regiões vizinhas aumentou em 154,4 bilhões de yuans, com um aumento médio anual de 30,9 bilhões.
Em 2000, apesar da grande seca, as terras irrigadas nas províncias de Gansu, Henan, Shandong e na Mongólia Interior, aumentaram mais de 4 milhões de mus (15 mus equivalem a um hectare) em comparação às dos anos anteriores, graças ao novo sistema de distribuição de água. Em 2001, a cidade de Xinxiang, província do Henan, sofreu uma seca de 100 dias entre fevereiro e junho. Graças à distribuição unificada de água e à irrigação adequada, a safra de verão no mesmo ano chegou a 1,738 milhões de toneladas, batendo um novo recorde histórico.
As fontes são consideradas como olhos da cidade em Jinan, capital da província chinesa do Shandong, à beira do mar Bo. Desde os finais dos anos 70 do século passado, no entanto, as fontes de Jinan não jorravam água na maior parte do ano. Beneficiada da distribuição unificada de água, as reservas aqüíferas subterrâneas da cidade se elevaram drasticamente e os famosos quatro conjuntos de fontes voltaram a jorrar água pela primeira vez nos últimos 28 anos.
Desde 1999, quando se introduziu a distribuição unificada da água do rio Amarelo, a situação ecológica no curso inferior outrora deteriorada, está melhorando significativamente. A distribuição unificada da água do rio Amarelo tem mantido certa quantidade de corrente no curso inferior durante a temporada das baixas, de modo que o sistema ecológico tem podido recuperar-se até certo ponto nos trechos baixos. Na atualidade, segundo uma investigação da Comissão de Trabalhos Hidráulicos do Rio Amarelo, se tem reabilitado mais de 200 quilômetros quadrados de terras úmidas deterioradas pela interrupção da corrente, e somada a elas a proteção das terras úmidas em outros trechos do rio, as terras desta categoria no curso inferior têm podido desenvolver-se de maneira estável. Além disso, o fluxo incessante tem assegurado a ovação dos peixes e o crescimento dos alevinos, favorecendo a recuperação da diversidade de seres vivos aquáticos. O peixe Tongyu, desaparecido nos anos 80, reapareceu em cardumes no curso inferior, enquanto o peixe Daoyu (coilia ectenes) também tem voltado.
Assim, o fluxo não interrompido do rio Amarelo tem aumentado o volume de água que desemboca no mar na área do estuário, detendo preliminarmente o rápido atrofiamento das terras úmidas no delta e influindo favoravelmente a integridade do ecossistema e na estabilidade da biodiversidade. Na atualidade, as espécies de aves na reserva natural no delta subiram de 187 espécies para 283; e na reserva natural de mariscos e terras úmidas ? a segunda maior no delta -- se descobriram 459 organismos vivos diferentes e preciosos em 2004, quase o dobro de há quatro anos.
Graças à água vertida pelo rio Amarelo, caiu o número de marés vermelhas, melhorando-se o hábitat e as condições de crescimento das plantas aquáticas e dos peixes e o ecossistema marítimo adjacente.
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