Às vésperas do Natal de 2004, cinco professores britânicos vieram à zona montanhosa do distrito de Jinzhai da província do Anhui para ministrar aulas de Inglês nas escolas primárias. A notícia da sua chegada atraiu os habitantes das aldeias ao redor das escolas que a invadiram para "ver estrangeiros", pois são os primeiros estrangeiros a ensinarem na zona.
Em entrevista à imprensa, o vice-diretor do Instituto de Pesquisa da Comunicação Social da Academia de Ciências Sociais da China, Zhang Ximing, disse que chineses nunca foram tão abertos ao mundo como na globalização. Os professores estrangeiros não só trouxeram o Inglês puro a seus alunos, como também uma cultura exótica, o que faz com que os aldeões conheçam uma vida diferente das suas.
"No processo da globalização econômica mundial, o intercâmbio cultural entre a China e o mundo exterior alcançou um nível sem precedentes", disse Zhang Ximing. Além da chegada de professores estrangeiros nas zonas montanhosas, o intercâmbio cultural governamental e popular se estende para todos os continentes.
Em 2004, destacou-se o programa do Ano Cultural da China e da França entre as iniciativas culturais sino-estrangeiras. No início do ano, o desfile chinês na avenida Champs Elysees e a cor vermelha na Torre Eiffell causaram impacto em Paris e o concerto que se realizou logo depois na Cidade Proibida em Beijing e a exposição Cem Anos de Moda da França fizeram com que os chineses sentissem o estilo romântico da França.
Zhang Ximing comentou: "promover o intercâmbio cultural e o diálogo entre as diferentes civilizações constituem uma opção natural da paz mundial, do desenvolvimento estatal e do progresso social". Neste sentido, Zhang considerou que enquanto não for criado um novo quadro mundial com o consenso sobre o valor e o equilíbrio das diversas forças, o programa Ano Cultural da China e da França, implementado com a iniciativa dos presidentes chinês e francês, se reveste de grande significado: a diferença entre as culturas não é razão para a confrontação, mas sim a base para o desenvolvimento comum. As diferentes civilizações, através do diálogo e intercâmbio, promovem-se, buscam a prosperidade comum e promovem todo o mundo a progredir rumo à estabilidade, harmonia e justiça.
Em outubro de 2004, o presidente francês Jacques Chirac veio à China inaugurando o Ano Cultural da França na China, ocasião em que ele disse: "Só através do diálogo, os seres humanos poderão criar um mundo mais aberto e de respeito mútuo". Durante a 5ª conferência de Cúpula Euro-Asiática, realizada no mesmo mês em Hanoi, Vietnã, a China e a França formularam conjuntamente o Manifesto do Diálogo entre as Culturas e Civilizações da Conferência Euro-Asiática, conclamando o respeito da diversidade das culturas e civilizações e obtendo o aplauso amplo dos participantes do evento.
Em novembro, o presidente chinês fez uma viagem a quatro países da América Latina e participou no Chile, do Encontro não-oficial da Cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico. Na mesma época, um programa cultural Viver e Sentir a China foi inaugurado na Argentina e no Brasil.
Especialistas indicamram que a abertura cultural dos chineses sem precedentes deve-se à autoconfiança na própria cultura mostrada pela direção chinesa e pelo seu povo que se livrou da pobreza e à sua grande vontade para participar dos diálogos entre as civilizações.
"Para a China, país de grandes dimensões que busca o desenvolvimento e a paz, são indispensáveis a cooperação estratégica, o diálogo e intercâmbio com outras culturas e civilizações", disse a diretora do Instituto das Relações Internacionais da Universidade da Diplomacia, Zhu Liqun. Comentando a China em 2004 neste aspecto, ela considerou que o país teve muito bom desempenho na promoção do diálogo entre os diversos países. "O papel desempenhado pela China na mediação da crise nuclear da península coreana demonstra que o país está amadurecido para servir de uma plataforma de diálogos nos assuntos internacionais", disse a professora.
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