 Em geral, Macau sempre beneficiou de condições de estabilidade social e da coexistência pacífica entre culturas. Logo, este aspeto cntribuiu em muito para o bom estado de conservação do patrimônio cultural da cidade, com particular destaque para a manutenção da integridade urbana das zonas históricas e autenticidade arquitetônica dos monumentos locais.
Assim, o patrimônio arquitetônico local subsistiu em com estado de conservação e assume-se como o exemplo mais elevado do intercâmbio cultural entre o Ocidente e a China.
Mais importante que o valor individual de determinado edifício, é de realçar o valor excepcional do contexto urbano da cidade e o carácter cultural que está inerente aos vários sítios seleccionados, com um todo, sendo este o verdadeiro reflexo da identidade de Macau e do seu valor único.
Por exemplo, o complexo formado pela antiga Igreja de Mater Dei (Ruínas de S. Paulo), antigo Colégio de S.Paulo e Fortaleza do Monte, representa a ligação que havia entre o poder religioso, juntamente com a instituição educacional mais reputada da região, e uma das principais estruturas militares da cidade, no que pode ser reconhecido como a "acrópole" de Macau.
De igual modo, e no contexto das principais zonas da antiga cidade existem exemplos notáveis de arquitetura tradicional chinesa que integram este mesmo espírito de intercâmbio e simbiose cultural.
Os templos chineses de Macau constituem não só uma memória viva sobre a raiz da identidade cultural de Macau diretamente ligada à riqueza da civilização chinesa como a sua presença no contexto da influência ocidental, que teve lugar ao longo de mais de 450 anos, serve de testemunho sobre a perseverança da cultura chinesa local e reflecte igualmente a coexistência pacífica entre culturas distintas.
O patrimônio de raiz chinesa de Macau é, por si só, um exemplo singular sobre a capacidade de aceitação de diferentes ideologias, sendo este um dos pr incipais pontos que caracteriza a fé popular local, associando tradições, devoções e ritos de origem distinta, no contexto de práticas religiosas de profundo significado espiritual, que ainda hoje fazem parte do cotidiano da comunidade local.
Pela sua proximidade relativamente ao patrimônio de raiz ocidental, o patrimômio arquitetônico de matriz chinesa evoca bem assim, e de forma notável, a identidade cultural de Macau, provando ser um produto dialético diretamente ligado ao encontro entre as culturas chinesa e ocidental.
Em conjunto, os edifícios do patrimônio classificado de Macau funcionam como um todo e de forma complementar, oferecendo consistência urbana aos principais bairros da cidade e assumindo-se como um reflexo direto sobre o espírito de multiculturalidade da comunidade local.
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