A China deve enfrentar grandes desafios estabelecidos pela OMC, na medida em que o prazo final para a adaptação às condições impostas pela organização se aproxima, disse um funcionário do Ministério do Comércio.

"Três anos depois de ingressar na Organização Mundial do Comércio, as indústrias locais vem experimentando um grande desenvolvimento em todos os aspectos", afirmou Zhang Xiangchen, sub diretor do Departamento de Assuntos da OMC deste ministério.

Zhang afirmou que o ingresso à OMC tem ajudado a China a ampliar seu mercado, acelerar a reestruturação industrial e melhorar o sistema legal, efeitos positivos contrariando o impacto dramático que alguns setores temiam.

As estatísticas do Ministério do Comércio demostram que o volume total do comércio internacional de 2004, superou em um bilhão de dólares, elevando a China ao terceiro posto mundial. Os investimentos estrangeiros no ano passado chegaram aos 53,5 milhões de dólares e espera-se que para este ano ultrapasse 60 milhões.

China tem revisado mais de 2,500 leis e regulamentos para dispor de maior transparência em suas políticas econômicas e cumprir seus compromissos junto à OMC.

Zhang disse ainda que o motivo das indústrias chinesas não terem sido afetadas ao ingressarem na OMC deve-se ao fato delas terem se aliado na etapa da transição, a ação as protegeu do possível impacto estrangeiro.

A indústria automobilística por exemplo, manterá quotas sobre os automóveis importados até 2005. Alguns setores, como o de telecomunicações, distribuição dos serviços bancários desfrutam de seis anos de transição gradual.

Outra formula adotada pela China para prevenir o impacto dramático sobre os negócios locais foi a abertura antecipada na data estipulada nos comproimissos de alguns setores, como o varejista.

No final de 2003, vinte e cinco empresas varejistas estrangeira, incluindo Wal- Mart, B&Q, Auchan y Lotus, obtiveram licença para operar na China. Com um investimento total de 1,540 milhões de dólares, o valor total obtido alcançou a cifra de 1,3 milhões de dólares, um incremento de 17% anual.

A inserção internacional em geral tem contribuído também para a transição mais fácil das indústrias chinesas, disse Zhang.

O investimento estrangeiro não penetrou de forma completa no setor das telecomunicações e continuam elaborando estratégias de mercado e analisando o mercado. Com maior investimento estrangeiro no setor das telecomunicações, as empresas chinesas irão enfrentar uma concorrência feroz.

De acordo com os compromissos da OMC, a China permitirá que o capital estrangeiro possua ações das companhias atacadista e varejista. No final de 2005, China permitirá que o capital estrangeiro opere de forma independente nos serviços de mensagem e carga. Para 2006, o país permitirá aos bancos estrangeiros estrangeiros acesso total a todos os negócios. E em 2007, eliminará todas as restrições aos provedores de serviços estrangeiros.

Com o fim do período de transição para a OMC, , alguns conflitos profundos na estrutura econômica da China aparecem. Entre eles a baixa eficiência nas empresas estatais, o desequilíbrio geográfico do desenvolvimento e a debilidade do sistema financeiro, disse.

"Nós enfrentaremos mais desafios e dificuldades num futuro próximo ", avalia Zhang. "Todavia é cedo para julgar se a OMC trará mais benefícios ou prejuízos à China.", mencionou. "Tudo depende do trabalho e dos esforços realizados pelo governo e empresas depois do período de transição."