No dia 10 de novembro de 2001, em Doha, Capital do Catar, a China firmou oficialmente o documento para o seu ingresso na Organização Mundial do Comércio, (OMC). Há três anos, este país vem acelerando seus passos para a abertura do setor de radiodifusão e televisão ao exterior, apesar de não assumir nenhum compromisso para sua admissão na OMC, o que culminou até os finais deste ano, com a criação da primeira empresa de joint - venture neste país para a produção de programas voltados à criança. Há três anos, as transformações do setor cultural da China vêm permeando o cotidiano da população.

Televisão: cooperação entre a Viacom dos Estados Unidos e o Grupo da Mídia de Shanghai

No dia 17 de novembro, a Administração Geral Estatal da Radiodifusão, Televisão e Cinema e o Ministério do Comércio da China deram a conhecer um Regulamento para a Gestão das Empresas de Joint Venture e Empresas Cooperativas para a Produção e Negócio dos Programas de Radiodifusão e Televisão (temporário), abrindo o setor a partir do dia 28 do mesmo mês. Pela primeira vez na história, as companhias de mídia de capital estrangeiro podem entrar como acionistas, nas empresas nacionais de produção e negócio de programas televisivos e radiofônicos, e neste caso, a parte chinesa deve controlar pelo menos 51% das ações. De acordo com este documento, empresas de joint venture só podem produzir programas de entretenimento, e dois terços dos quais se abordam em torno dos temas da China. Os programas jornalísticos continuam sendo uma zona proibida para a mídia estrangeira.

Segundo se informa a Nickelodeon, cadeia infantil da Viacom dos Estados Unidos obteve a autorização da Administração Geral Estatal de Radiodifusão, Televisão e Cinema para criar uma primeira empresa de joint - venture com o Grupo de Mídia de Shanghai(SMG, em sua sigla em Inglês). A empresa será oficialmente criada no final deste ano e entrará em funcionamento no primeiro trimestre do próximo ano e produzirá programas voltados aos telespectadores chineses, aproveitando os "efeitos de marca" da Nickelodeon. Os programas tais como shows televisivos, entretenimentos e cartoon entrarão no ar em mais de 30 cadeias de cabo em todo o país.

A publicação do Regulamento é uma boa notícia, disse o vice-presidente do Grupo da Mídia de Shanghai, Yang Xingnong. Segundo ele, a cooperação dos produtores e operadores de Televisão do país e seus colegas estrangeiros limitavam-se nos negócios de programas. Com a ampliação da cooperação, é natural que se criem empresas mistas. A promulgação do Regulamento demonstra que o governo chinês está ciente de que é imperativo adotar a economia de mercado em busca de um maior desenvolvimento da indústria televisiva e radiofônica.

Para Li Yifei, representante-chefe da Viacom Ásia na China, "a China tem um mercado televisivo de grandes potencialidades. A promulgação do Regulamento beneficiará uma maior cooperação entre os parceiros chineses e estrangeiros e acrescentará qualidade aos programas destinados aos telespectadores chineses". Informa-se que em setembro, a Viacom e a Estação de Televisão de Beijing chegaram a um acordo oral para a cooperação na produção de programas de música e de entretenimento em chinês.