Lu Xun, filho de uma família decadente de letrados burocratas dos tempos feudais nasceu em 1881. Quando jovem, estudou numa escola confucionista. A este respeito, ele disse mais tarde: "Desde muito jovem, eu lia as obras de Confúcio e Méncio e familiarizei-me com elas mas acabei descobrindo que elas não tinham nada comigo."
Lu Xun adorava a literatura e outras artes folclóricas tais como as pinturas de ano novo, os contos e lendas populares e as representações teatrais muito comuns nas aldeias por ocasiões das datas religiosas. No início de 1902, depois de graduar-se na escola de administração ferroviária e de mineração, Lu Xun foi estudar no Japão. Em 1904, passou para o colégio de medicina de Sendai, pretendendo salvar a pátria com a medicina. No entanto, mais tarde, percebeu que o melhor remédio para transformar o espírito do povo chinês não era a medicina mas a literatura. Por esta razão, em 1906, abandonou os estudos de medicina e começou a dedicar-se a literatura. Em 1909, Lu Xun voltou para a China e entregar-se à educação, à criação literária e a tradução. Em 1918, publicou sua primeira novela "O Diário de um Louco", a qual como um grito de alerta, denunciou e criticou violentamente o cruel sistema feudal, razão pela qual, teve tremenda repercussão entre os leitores jovens. Mais tarde, escreveu outras novelas e contos. "O Remédio", "A verdadeira história de A Q" e "Kong Yiji". Estas obras constituem a pedra angular da ficção contemporânea chinesa. Nos últimos dez anos de sua vida, ele entregou-se principalmente à literatura. "As dez colectâneas de ensaios", escrito neste período foram seus trabalhos mais brilhantes.
Trabalhando, lutando e sofrendo privações, ficou doente e morreu, vítima de tuberculose em 1936 em Shanghai. Em "A verdadeira história de A Q", Lu Xun criticou uma personagem típica "A Q", um camponês pobre da velha China forçado a levar uma vida de vagabundo. Por seu intermédio, o autor apresenta vividamente a mentalidade dos camponeses chineses formados pelo feudalismo, pondo assim à luz o câncer que devia ser estirpado.
Ao descrever o destino trágico do protagonista, o autor ansiava que os chineses sintam-se a necessidade de uma mudança urgente em sua mentalidade.
"A verdadeira história de A Q" foi traduzido primeiro para o francês. Quando leu em 1926, o grande escritor francês, Romain Rolland fez o seguinte comentário: "É uma obra-prima de arte realista e satírica. A imagem pobre de A Q permanecerá para sempre na memória dos leitores." Quando Romain Rolland emocionou-se até as lágrimas com a leitura "A verdadeira história de A Q", pouca gente conhecia Lu Xun. Agora, porém, com suas obras traduzidas para 50 idiomas e 30 países, cresce constantemente o número de pessoas que têm a oportunidade de conhecer o grande mestre da literatura contemporânea chinesa.
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